Diocese de Anápolis

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Padre Rogério faz a reflexão do 24º Domingo do Tempo Comum

As Ofensas

Na oração que Jesus nos ensinou, O Pai-nosso, ao rezá-lo, fazemos 7 pedidos e o quinto é exatamente esse: “perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”. Nessa vida, em alguns ou vários momentos, fomos, somos ou seremos ofendidos. Alguém pode nos fazer o mal de propósito e daí pode brotar dois sentimentos: raiva e rancor. Porém, cada um de nós deve lutar contra isso, usando um grande remédio que é o perdão. Temos que perdoar, porque também nós temos a necessidade de sermos perdoados, porque também ofendemos alguém.

Numa convivência entre família, trabalho e sociedade, a pessoa não seja marcada por raivas, ódios e vinganças. Isso não é próprio da comunidade cristã. Pelo contrário, deve ser testemunha do amor divino através da caridade fraterna. Não adianta ficar remoendo raivas, ficar tramando vinganças, ficar sofrendo porque alguém fez isso ou aquilo contra você.

Sabemos que o perdão é algo difícil de viver. Mas é o único caminho que lhe vai lhe trazer paz na consciência. Porque viver com um coração fechado para pessoas, pode fazer nosso coração duro e insensível.

No Evangelho (Mt 18,21-35), Pedro fez essa pergunta a Jesus: “Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?” (Mt 18,21) Jesus respondeu: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete” (Mt 18,22). Quer dizer sempre!!! Por que? Nós precisamos ser perdoados. O Senhor não encerrou o perdão num número determinado, mas deu a entender que se tem de perdoar continuamente e sempre. E observe o contraste entre a atitude mesquinha dos homens em perdoar com cálculo e a misericórdia infinita de Deus.

Na parábola do servo sem misericórdia, faz entrever a misericórdia infinita de Deus que perante o arrependimento e a súplica do pecador perdoa e anula até os maiores débitos de pecados. Embora possa custar muito o perdão, é condição indispensável para obtermos o perdão de nossos próprios pecados. Não há por onde escapar: ou perdoamos e somos perdoados, ou negamos o perdão e somos condenados.

Jesus sabe que todo relacionamento humano é passível de compreensões e de incompreensões, por isso insiste na importância do perdão como vida, como processo que conduz à reconciliação com Deus e com o outro. Viver com raiva, arquitetando vingança, torcendo para que alguém se dê mal não é cristão. Primeiro porque o cristão é chamado a fazer o bem, a viver a caridade. E segundo porque estamos todos no mesmo “barco” e precisamos da ajuda de todos.

A primeira atitude nossa deve ser não ofender os outros. Tenha respeito por Deus e pelos outros. Não busque agredir, vingar, atacar quem te ofendeu. E se aconteceu a ofensa, saiba perdoar. Deixe para lá. Realmente será difícil ver essa pessoa. Mas você sentirá uma paz por não ter dado na mesma “moeda”. Assim Deus nos tratará. Irá nos perdoar. Só existe esse caminho: o perdão.

Pe. Rogério Moraes
Catedral do Senhor Bom Jesus da Lapa
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