Hoje celebramos o martírio dos apóstolos Pedro e Paulo, mortos durante a perseguição de Nero, por volta do ano 64. São considerados colunas da Igreja. Ao encontrarem o Senhor, viveram uma verdadeira experiência pascal, uma mudança radical de vida.
Caríssimos, olhemos, portanto, reverentemente para suas vidas, reconhecendo a gratuidade da escolha divina. Pedro era um pescador da Galileia, originalmente chamado Simão, filho de Jonas e irmão de André, que o apresentou a Jesus (Jo 1, 40-42). Ao encontrá-lo, Jesus lhe deu um novo nome: Cefas, que significa “pedra” em aramaico, traduzido como Pedro em grego Petros, simbolizando a missão de fundar a Igreja.
Paulo, originalmente chamado Saulo de Tarso, nasceu na Cilícia (At 22, 3). Judeu da tribo de Benjamim (Rm 11, 1) e cidadão romano (At 22, 25-28), foi educado em Jerusalém aos pés de Gamaliel (At 22, 3). Era fariseu e perseguidor da Igreja. No caminho para Damasco, teve um encontro com Jesus: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” (At 9, 4). Cego pela visão, foi conduzido a Damasco, onde Ananias o curou e o batizou, marcando sua conversão.
Seguiram caminhos distintos, mas foram unidos por um mesmo amor ardente por Cristo. Pedro, de pescador de peixes, tornou-se pescador de homens: “Não tenhas medo! De agora em diante serás pescador de homens. (Lc 5, 10). Ele recebeu de Cristo uma missão singular: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja” (Mt 16, 18-19). Mesmo com fragilidades, foi moldado pelo amor de Cristo. Tentou andar sobre as águas e fraquejou (Mt 14, 28-31); negou Jesus três vezes e chorou amargamente (Mt 26, 69-75). Após a Ressurreição, reafirmou seu amor a Cristo: “Senhor, tu sabes tudo, tu sabes que eu te amo!” (Jo 21, 17). Contemplamos em São Pedro a humanidade, um homem de fé, mas também de fragilidades, mostrando que Deus confia sua Igreja a pessoas reais e imperfeitas. Que possamos expressar, como São Pedro: “Senhor, tu sabes tudo, tu sabes que eu te amo!”, mesmo diante de nossas fraquezas e imperfeições.
São Paulo, de perseguidor, tornou-se o grande evangelizador dos gentios (At 13, 1-28). Sua história ensina que ninguém está fora do alcance da misericórdia de Deus. Seu amor ardente pelo Evangelho o levou a enfrentar perseguições, naufrágios e prisões (2 Cor 11, 23-27), mas ele permaneceu fiel. Declarou com fervor: Já não sou eu quem vivo, mas Cristo vive em mim. (GI 2, 20); “Para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro.” (FI 1, 21).
Enfim, irmãos, que a vida destes homens que se doaram incansavelmente a Cristo e à Igreja nos sirva de impulso e modelo. Assim como eles, nossa vida de cristãos está permeada de provações, e o sofrimento nos acompanha. Por isso, devemos rezar. Rezar, antes de tudo, para que Deus faça de nós cristãos verdadeiramente apostólicos, solidamente ancorados à fé dos apóstolos Pedro e Paulo.
Pe. Daniel Marques dos Santos Arantes Paróquia Nossa Senhora D'Abadia - Santa Rosa de Goiás