Diocese de Anápolis

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3º Domingo do Tempo Comum: “A conversão exige a aceitação do Evangelho”

Metanóia

O termo “metanóia” do grego expressa a mudança de pensamento, de reflexão e de vida em prol de um outro objetivo mais sublime e elevado. A palavra “metanóia” foi traduzido por “conversão” manifestando esse real sentido de mudança de vida, de pensamento, orientar os passos para uma realidade outrora esquecida ou vilipendiada. A exigência do Evangelho estriba nessa ideia de conversão: mudar de vida, mas uma vida que compreende todas as dimensões do ser humano, desde os seus pensamentos mais íntimos até os seus relacionamentos mais distantes e virtuais. A conversão exige uma aceitação do Evangelho a ponto de permear em todos os atos e palavras a opção abraçada com liberdade e toda a vida seria um completo reflexo da doutrina que seguimos, com total coerência, generosidade e sinceridade.

A liturgia deste domingo ressalta com grande ênfase a necessidade de conversão; uma necessidade que não deveria tocar apenas aos pagãos, ateus ou pessoas afastadas de Deus, mas uma conversão que deve atingir todos aqueles que já vivem com o nome de cristão, que vão na missa aos domingos, que rezam o terço… A conversão não é para uma parcela da sociedade paganizada, não é para um grupinho de ateus, mas a conversão é uma exigência evangélica para todos aqueles que já foram batizados, é uma exigência diária, um exame de consciência constante, uma perseverança no trilhar os passos atrás de Jesus. Grande erro é nós nos considerarmos já convertidos simplesmente porque estamos na Igreja, podemos estar na Igreja, mas mesmo assim precisarmos de conversão, porque precisamos mudar nossas atitudes, rever nosso comportamento, analisar nossos relacionamentos… Dissemos “sim” ao convite de Jesus para segui-Lo, mas agora é preciso deixar tudo para segui-Lo como fizeram os Apóstolos. Grande incoerência é ver as pessoas na Igreja cheias de “achismos”, dando opiniões na doutrina católica, colocando em dúvida a celebração litúrgica e causando divisões através das fofocas e maledicências. A conversão exige que deixemos de lado o nosso modo de pensar, o nosso orgulho de querer uma igreja a nossa medida, para buscar dar uma resposta de generosidade e adequar o nosso ser segundo aquilo que Deus quer através da nossa vivência eclesial. Quantas pessoas “de Igreja” que vivem um namoro pagão através de uma sexualidade desregrada e acham que estão certos e que “o mais importante é o amor”! Quantas pessoas “de Igreja” que utilizam métodos anticonceptivos e buscam o direito de se aproximar da Eucaristia se desculpando dizendo que “Deus conhece o seu coração”! Quantas pessoas “de Igreja” julgam, traem, difamam e criticam, depois com a mesma língua de víboras louvam a Deus na sua oração!

O convite à conversão é algo tão essencial dentro do cristianismo e nunca se tornou tão necessário: adequar a vida à vivência do cristianismo, porque ou somos cristãos de verdade ou estamos perdendo o nosso tempo nos enganando a nós mesmos, porque a Deus não se engana. O grito de Jonas da 1ª leitura se junta com o mandato de Jesus no Evangelho convidando, incitando à conversão, porque “a figura desse mundo passa” (2ª leitura), por isso devemos pedir ao Senhor: “Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos, vossa verdade me oriente e me conduza” (salmo).

 
Pe. Carlito Bernardes Júnior
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