A Sala de Imprensa da Santa Sé realizou, nesta quinta-feira, 3, uma coletiva de imprensa para a apresentação da Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a região da Pan-Amazônia. O evento será realizada no Vaticano entre os dias 6 a 27 de outubro, com o tema “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral.
Participaram da coletiva o secretário-geral, Cardeal Lorenzo Baldisseri, o relator-geral, Cardeal Cláudio Hummes, e o sub-secretário do Sínodo dos Bispos, Dom Fabio Fabene.
Dom Baldisseri explicou que a Assembleia recebe o título de “Especial” por tratar-se de uma área geográfica específica, e assim irá reunir todos os bispos da região pan-amazônica, que compreende nove países. O secretário falou sobre a composição da Assembleia, destacando que entre os 184 padres sinodais estarão prelados de outras regiões, chefes de dicastérios, representantes de congregações religiosas e membros de nomeação pontifícia, além de representantes de outras comunidades cristãs, povos originários e especialistas. O Brasil será representado por 57 membros.
Evangelização e ecologia
O secretário recordou que o tema do Sínodo é duplo e foi claramente definido pelo Papa Francisco durante a convocação em outubro de 2017: “Identificar novos caminhos para a evangelização daquela porção do Povo de Deus, especialmente dos indígenas, muitas vezes esquecidos e sem a perspectiva de um futuro sereno, também devido à crise da floresta amazônica, um pulmão de importância capital para nosso população. “
Portanto, os padres sinodais se concentrarão em dois aspectos: a missão evangelizadora da Igreja na Amazônia, tendo no centro o anúncio da salvação em Jesus Cristo, e a temática ecológica. Sobre o segundo aspecto, Dom Baldisseri explicou que não será abordado exclusivamente o ambiente natural, mas o tema “compreende claramente as dimensões humana e social” (LS 137). Uma ecologia, portanto, que sabe manter em mente a essência do ser humano, como afirma a Laudato Sí 11. “Tudo está conectado”, enfatiza o Papa Francisco com frequência afirmou o cardeal.
Por fim, o secretário-geral apresentou as iniciativas do Sínodo para promover a sustentabilidade ambiental, de modo a contribuir, na medida do possível, para salvaguardar o lar comum. A primeira foi o procedimento on-line adotado para a inscrição. Essa nova prática, segundo ele, acelerou a comunicação, mas, acima de tudo, permitiu uma economia considerável de papel impresso, eliminando, além disso, também os custos associados ao uso do correio tradicional. Há também uma atenção particular à limitação do uso de plástico e utilização de materiais biodegradáveis.
Harmonia com a Laudato si
O relator-geral, Cardeal Cláudio Hummes, destacou que o contexto amplo do sínodo é a grave e urgente crise socioambiental de que fala a Laudato si: “a) A crise climática, ou seja, o aquecimento global pelo efeito estufa; b) a crise ecológica em consequência da degradação, contaminação, depredação e devastação do planeta, em especial na Amazônia; c) e a crescente crise social de uma pobreza e miséria gritante que atinge grande parte dos seres humanos e, na Amazônia, especialmente os indígenas, os ribeirinhos, os pequenos agricultores e os que vivem nas periferias das cidades amazônicas e outros.”
Segundo o cardeal, trata-se de cuidar e defender a vida, tanto de todos os seres humanos, quanto da biodiversidade. Dom Cláudio citou o convite à conversão indicada na Encíclica Laudato Si. “É importante o que o Papa Francisco chama de ‘ecologia integral’, para dizer que tudo está interligado, os seres humanos, a vida comunitária e social, e a natureza. O que se faz de mal à terra, acaba fazendo mal aos seres humanos e vice-versa. Há necessidade de uma conversão ecológica, inspirada em São Francisco de Assis.”
Informações sobre a assembleia sinodal
O sub-secretário do Sínodo dos Bispos, Dom Fabio Fabene, explicitou as fases de elaboração da Assembleia, com ênfase no andamento dos trabalhos durante o Sínodo. Explicou a metodologia em relação aos Sínodos precedentes e os novos procedimentos implementados.
Dom Fabene explicou que comunicação do Sínodo será confiada ao Dicastério para a Comunicação. Diariamente, serão realizados briefings com a participação dos padres sinodais e de outros participantes. As redes sociais (Twitter, Facebook e Instagram) de Vatican News e da Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos contribuirão para a difusão das notícias. Está ativa a mesma hashtag – #SinodoAmazonico- para todas as línguas para uma informação mais adequada sobre o Sínodo.
Fonte/foto: Vatican News