A Diocese de Anápolis viveu, entre a noite do dia 11 e todo o dia 12 de novembro, um profundo clima de oração, gratidão e comunhão pela vida e missão de Dom João Wilk, seu terceiro bispo diocesano que partiu para a Casa do Pai. Desde a meia-noite, fiéis, sacerdotes, religiosos e autoridades se reuniram na Catedral do Senhor Bom Jesus da Lapa para participar das Santas Missas de corpo presente, prestando suas últimas homenagens ao pastor que guiou a Igreja local por mais de 20 anos.
À meia-noite, o Pe. Edmilson Luiz de Almeida, vigário geral da Diocese e pároco da Catedral, presidiu a primeira Santa Missa. Em sua homilia, emocionado, afirmou que Dom João “viveu mergulhado na fonte do amor”, recordando que era da fidelidade e da doação que brotava sua vida sacerdotal e episcopal. Repetindo uma frase frequentemente dita por Dom João — “À Igreja, nunca direi não” — lembrou sua disponibilidade incansável ao serviço.
“Se o amor foi sua estrada, o céu agora é seu destino”, disse o sacerdote, conduzindo a assembleia a rezar com fé e gratidão pela vida do bispo.
Missa em polonês: a lembrança das origens
Às 3h, o Pe. Jacinto Kryszk presidiu a Santa Missa em polonês, língua materna de Dom João. O momento, marcado por forte simbolismo, recordou a terra natal do bispo e sua trajetória até o Brasil, a celebração foi transmitida ao vivo para que familiares e amigos pudessem acompanhar.
Com ternura, Pe. Jacinto agradeceu a Deus pela vida do amigo: “Dom João entregou sua vida inteiramente ao Brasil: como frade, como sacerdote e, por tantos anos, como bispo de Anápolis. Guardava no coração a lembrança da Polônia e falava sempre com carinho de sua família.”
O sacerdote também lembrou que Dom João faleceu em 11 de novembro, data da Independência da Polônia, fazendo uma analogia à libertação de seus sofrimentos e à sua entrada na pátria definitiva.
Manhã de orações
Às 7h do dia 12 de novembro, a primeira Missa da manhã foi presidida por Dom Adair José Guimarães, Bispo de Formosa, com a participação da Região Pastoral 1. Em sua homilia, destacou que Dom João “acreditava, como Jó, que o Redentor vive” e que conduziu o povo de Deus com mansidão e sabedoria. “Foi para mim um guia, conselheiro e amigo”, disse.
Às 9h, Dom Jeová Elias Ferreira, Bispo da Diocese de Goiás, presidiu a Missa com a Região Pastoral 2. Ele recordou que foi aluno de Dom João no curso de Teologia, enfatizando sua humildade, sua prudência e seu amor pela Igreja. A convivência com o bispo, disse, foi “um aprendizado constante” para muitos sacerdotes.
Meio-dia: presença do Cardeal de Brasília
Ao meio-dia, o Cardeal Dom Paulo Cezar Costa, Arcebispo de Brasília, presidiu a Santa Missa com a presença dos bispos Dom José Aparecido (Itumbiara) e Dom José Francisco (Ipameri), além dos padres da Região Pastoral 3.
Em sua homilia, destacou que Dom João “quis que Aquele que é o centro da nossa fé fosse amado e adorado”, vivendo como presença constante de Cristo no meio de seu povo. A celebração foi marcada pela profunda comoção e pelo reconhecimento do legado espiritual deixado pelo bispo.
Às 14h, Frei Gilberto, OFMConv., Ministro Provincial da Província de São Maximiliano Maria Kolbe, presidiu a celebração com os religiosos e religiosas da diocese. Ele recordou o testemunho silencioso e perseverante de Dom João: “Ele não murmurava, não reclamava. Em suas dores, oferecia ao Senhor cada martírio de fé.”
A vida consagrada expressou profunda gratidão por aquele que sempre os acolheu com ternura e motivou a viver com fidelidade sua vocação.
Às 16h, Dom João Justino de Medeiros Silva, Arcebispo Metropolitano de Goiânia, presidiu a penúltima Missa, concelebrada por seus bispos auxiliares Dom Danival Milagres e Dom José Roberto dos Reis. Recordou que a morte de um pastor “entrelaça a dor da partida e a esperança da fé”, e destacou a fé sólida, a serenidade e o amor incondicional de Dom João pela Igreja. “Purificado pelas lutas do ministério, repousa agora na paz de Deus”, afirmou.
Última missa e sepultamento
Ao entardecer, após as vésperas, a última Missa de corpo presente foi presidida às 19h por Dom Waldemar Passini, Bispo Diocesano de Anápolis. A Catedral estava repleta de fiéis, sacerdotes, religiosos e bispos do regional, unidos para se despedir do seu pastor.
Após a celebração, um cortejo solene percorreu a Praça Bom Jesus, encerrando um dia de intensa comunhão e reconhecimento pela vida de Dom João e em segida, o corpo de Dom João Wilk foi sepultado na Cripta da Catedral do Senhor Bom Jesus da Lapa.
A Diocese de Anápolis rende graças a Deus por seu ministério fecundo, sua vida entregue e seu testemunho fiel.
