Diocese de Anápolis

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Reflexão 5º domingo da Quaresma: “A realidade batismal”

A realidade batismal

O que aconteceu conosco no Batismo? São Paulo nos responde: “Pois vós morrestes, e a vossa vida está escondida, com Cristo, em Deus” (Cl 3,3). A morte de Lázaro e sua ressurreição é uma figura do Batismo. Nós fomos sepultados no dia do Batismo, ali nós morremos, por isso, muitos dos primeiros batistérios tinham a forma de um caixão, para mostrar que ali era o lugar da morte. E naquele mesmo lugar o Senhor Jesus nos deu uma nova vida, “ressurreição”.

Em 2019 fui à Catedral de Castanhal no Pará, uma obra gigantesca e o que mais me impressionou foi o batistério de lá, tinha o formato de uma cruz e duas escadas, em uma das escadas estava escrito os vícios capitais, era aquela pela qual o catecúmeno deveria descer, na outra estava escrito os dons do Espírito Santo, pela qual o catecúmeno deveria sair, muito significativo e fiquei ali por horas refletindo a realidade do Batismo.

Ali, no batistério, entra uma pessoa e sai outra pessoa. Entra um pecador, inimigo de Deus, criatura, alguém imundo; dali sai um santo, amigo de Deus, filho de Deus, puro, membro da Igreja, é alguém totalmente diferente, pois recebeu uma nova vida; foi ressuscitado. O Batismo é uma morte e ressurreição. Aquelas águas às quais fomos batizados tornam-se para nós “túmulo” e ao mesmo tempo “mãe”, pois ao passo que somos mortos, somos regenerados e nascemos de novo. “O nosso amigo Lázaro dorme. Mas eu vou acordá-lo” (a morte); “Lázaro, vem para fora” (a vida nova), este é o chamado que Cristo fez a nós no dia de nosso Batismo.

“Lázaro está morto. Mas por causa de vós, alegro-me por não ter estado lá, para que creiais […] Eu sou a ressurreição e à vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais. Crês isto? Respondeu ela: ‘Sim Senhor, eu creio firmemente que tu és o Messias, o Filho de Deus que devia vir ao mundo; a fé.

Aquilo que é necessário para o Batismo é a fé: “O que pedes à Igreja de Deus? A fé, ou o Batismo”. Jesus permitiu que Lázaro morresse para suscitar a fé em muitos corações. Quando nos aproximamos da água da regeneração, a fé já havia sido suscitada em nossos corações. Quem a suscitou? Eu? O catequista? O padre? Não, Cristo. O homem não pode dar a vida que supera a morte, a si mesmo ou aos outros, ele recebe esta vida que supera a morte no Batismo; veja bem, ele recebe. Recebemos o Batismo, recebemos um dom e com ele a salvação. Não estamos em busca da salvação, ela já nos foi dada, estamos em busca de não a perder.

“Já vos despojastes do homem velho e da sua maneira de agir” (Cl 3,9), agora é tempo de luta, para vivermos como homens novos. Fomos ilumina- dos por dentro por Cristo, não é uma luz que vem de fora, esta iluminação vem de dentro, somos a morada de Deus. “Lázaro, vem para fora”, venha para a luz, “porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia. Não somos da noite nem das trevas” (1Ts 5,5). Já encontramos a luz, não a percamos; já nos tornamos luz do Senhor, não voltemos às trevas.

Pe. Fábio Carlos de Araújo

Par. Imaculado Coração de Maria - Nerópolis
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