Diocese de Anápolis

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Quarta-feira de Cinzas: “A Quaresma não dá fruto sem isso…”, afirma padre João Paulo

“A Quaresma não dá fruto sem isso…”

Iniciamos, mais uma vez, nossa caminhada quaresmal para alcançarmos a nossa conversão e santificação. Tudo o que fizermos nesse tempo deve ter essa finalidade! “Eis o tempo de conversão”. Para isso é preciso nos afastarmos do pecado e nos aproximarmos de Deus e dos irmãos. O principal veículo que nos vai conduzir nesse caminho de afastamento do pecado é uma virtude chamada penitência, que não pode ser confundida somente com as práticas externas da quaresma (jejum, esmola, mortificação) indicadas por Jesus no evangelho. É claro que podemos e devemos fazer nossos propósitos nessas áreas, mas eles terão sido em vão ao fim desses quarenta dias sem a verdadeira disposição que nos converte.

Na verdade, a essência da penitência é interior, “rasgai o coração e não as vestes”. É uma dor espiritual por ter feito pecado, um querer não ter querido pecar, uma disposição que nos leva a odiar o pecado que cometemos mesmo ainda trazendo na memória a lembrança de que foi algo “bom e prazeroso” ou tendo de lutar contra o forte desejo de voltar a cometê-lo. Se não conseguimos “sentir” que foi errado, precisamos ao menos “saber e reconhecer” que ofendemos a Deus com o que fizemos e buscar fazer diferente. O caminho perfeito para fazer esse recomeço é o sacramento que leva o mesmo nome dessa virtude: penitência ou confissão. Quem pode e tem chance de se confessar, e não o faz, não pode dizer que luta de verdade contra os pecados que tem; e, sem essa luta, qualquer propósito cai por terra.

Tendo visto o que nos ajuda a correr do pecado, fixemos agora o olhar sobre a virtude que nos aproxima de Deus: a fé. A expressão máxima dessa virtude também está entre os conselhos de Jesus, é a oração. É possível cair na tentação de fazer muitos propósitos práticos nessa Quaresma e nos esquecermos de rezar mais e melhor. É na oração que criamos intimidade com Nosso Senhor. Além do Santo Terço Mariano (ou o Rosário, melhor ainda), do Terço da Misericórdia e da Via Sacra (e outras tantas e belas devoções), não nos esqueçamos da Santa Missa, que é maior de todas as orações. Só vamos entender a devoção da missa diária no céu e, talvez, é isso que nos vai levar para lá. Comungar é o que nos oferece a maior possibilidade de crescer no amor a Deus. Que Nossa Senhora das dores nos ajude a nos dedicarmos de maneira especial a essa quaresma que se inicia, afinal pode ser a nossa última. Nosso Senhor nos espera, “ele é benigno e compassivo, paciente e cheio de misericórdia, inclinado a perdoar o castigo” (primeira leitura).

 
Pe. João Paulo Cardoso
Seminário Maior Diocesano
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