21º Domingo do Tempo comum: “O caminho da porta estreita”
A pergunta que os discípulos fazem, hoje, a Jesus não deixa de despertar também o nosso interesse: “Senhor, são poucos os que se salvam?”. Nosso Senhor responde a essa pergunta indicando não “quantos”, mas “como” podemos salvar-nos. Jesus não quis mudar o assunto, não faltou com a educação; simplesmente, aproveitou a ocasião para ensinar o essencial aos discípulos, levando-nos da mera curiosidade para a sabedoria.
Jesus fala sobre a “porta estreita”. Sobre esse tema, o evangelista São Mateus ainda nos traz o acréscimo da porta larga que leva à perdição. Quando colocamos o caminho do mal e do bem pareados, temos a impressão de que seguir pela porta larga parece ser sempre fácil e agradável, enquanto que seguir pela porta estreita será complicado e difícil. E realmente é assim, mas “só no começo”!
Com o tempo, esse caminho largo vai ficando cada vez mais apertado e insuportável de se trilhar; quem o segue acaba num beco sem saída. Ao contrário, quem segue o caminho da porta estreita, apesar das dificuldades do começo, vai percebendo que não caminha sozinho, que o auxílio da Graça nunca falta e que os frutos de uma vida na presença de Deus valem qualquer sacrifício. Assim é o prazer mundano que no começo encanta, mas, ao passar do tempo, vai se desgastando a ponto de só trazer flagelos para si mesmo e para os que se ama, além do tremendo peso de consciência de uma vida desregrada; ao passo que a alegria de servir a Deus pode até ser magra no início da caminhada, depois que se acabam as primeiras consolações, mas quanto mais dela se faz experiência mais intenso vai ficando o desejo de estar com o Mestre.
Assim, percebemos que, para ser salvo, não basta ser apenas um cristão de nome, batizado e que manda batizar a família que vai nascendo, que às vezes até se arrisca a defender a fé católica numa roda de amigos (e se permite falar mal dela e de seus representantes em outra), mas que está no caminho da porta estreita aquele que vive verdadeiramente a sua fé, que frequenta a casa de Deus e os sacramentos com constância, que reza, que procura amar e ajudar os que lhe estão próximos, que é honesto nos negócios, não diz mentiras, enfim, aquele que está disposto a se sacrificar durante essa vida para abraçar Aquele que não só já caminha conosco, mas nos espera, no fim da jornada, com uma eterna recompensa.