A Santíssima Trindade não é uma verdade inventada pela Igreja, mas foi revelada pelo próprio Jesus
O mistério da Santíssima Trindade é o mistério central da fé e da vida cristã. É o que diz o Compendio do Catecismo da Igreja Católica: “O mistério central da fé e da vida cristã é o mistério da Santíssima Trindade. Os cristãos são batizados em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Compêndio, 44).
Jesus Cristo foi quem nos revelou este mistério. Ele falou do Pai, do Espírito Santo e d’Ele mesmo como Deus. Portanto, não é uma verdade inventada pela Igreja, mas revelada por Jesus. Por isso, Jesus disse “Eu e o Pai somos um” (João 10,30); “Crede-me: estou no Pai, e o Pai em mim” (João 14,11).
Depois de tentar de muitos modos desvendar o Mistério da Santíssima Trindade, Santo Agostinho (+430) abdicou: “Deus não é para ser compreendido, mas para ser adorado!”
Há apenas um Deus, mas n’Ele existe três Pessoas divinas distintas: Pai, Filho e Espírito Santo. Não pode haver mais que um Deus, pois este é absoluto. Se houvesse dois deuses, um deles seria menor que o outro, e Deus não pode ser menor que outro, pois não seria Deus.
“Não professamos três deuses, mas um só Deus em três Pessoas: A Trindade consubstancial” (II Conc. Constantinopla, DS 421).
A Trindade é Una: “Por causa desta unidade, o Pai está todo inteiro no Filho, todo inteiro no Espírito Santo; o Filho está todo inteiro no Pai, todo inteiro no Espírito Santo; o Espírito Santo, todo inteiro no Pai, todo inteiro no Filho” (Conc. Florença, em 1442, DS 1331).
“O Pai é aquilo que é o Filho, o Filho é aquilo que é o Pai, o Espírito Santo é aquilo que são o Pai e o Filho, isto é, um só Deus por natureza” (XI Concílio de Toledo, em 675, DS 530).
“Deus é único, mas não solitário” disse o Papa Dâmaso (Fides Damasi, DS 71).
A verdade revelada da Santíssima Trindade está nas origens da fé viva da Igreja, principalmente através do Batismo. “A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós” (2 Cor 13, 13; cf. 1 Cor 12, 4-6; Ef 4, 4-6) já pronunciavam os Apóstolos.
Aos Catecúmenos de Constantinopla, S. Gregório Nazianzeno (330-379), o Teólogo, explicava:
“Antes de todas as coisas, conservai-me este bem depósito, pelo qual vivo e combato, com o qual quero morrer, que me faz suportar todos os males e desprezar todos os prazeres: refiro-me à profissão de fé no Pai e no Filho e no Espírito Santo. Eu vo-la confio hoje. É por ela que daqui a pouco vou mergulhar-vos na água e vos tirar dela. Eu vo-la dou como companheira e dona de toda a vossa vida. Dou-vos uma só Divindade e Poder, que existe Una nos Três, e que contém os Três de maneira distinta. Divindade sem diferença de substância ou de natureza, sem grau superior que eleve ou grau inferior que rebaixe […]. A infinita conaturalidade é de três infinitos. Cada um considerado em si mesmo é Deus todo inteiro […]. Deus os Três considerados juntos. Nem comecei a pensar na Unidade, e a Trindade me banha em Seu esplendor. Nem comecei a pensar na Trindade, e a unidade toma conta de mim” (Or. 40,41).
Teófilo de Antioquia, ano 181, confirmou: “Igualmente os três dias que precedem a criação dos luzeiros são símbolo da Trindade: de Deus [=Pai], de seu Verbo [=Filho] e de sua Sabedoria [=Espírito Santo]” (Segundo Livro a Autólico 15,3).
“Já temos mostrado que o Verbo, isto é, o Filho esteve sempre com o Pai. Mas também a Sabedoria, o Espírito estava igualmente junto d’Ele antes de toda a criação” (Contra as Heresias IV,20,4).
O Concílio de Nicéia, ano 325, confirmou toda essa verdade:
“Cremos […] em um só Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, nascido do Pai como Unigênito, isto é, da substância do Pai, Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não feito, consubstancial com o Pai, por quem foi feito tudo que há no céu e na terra. […] Cremos no Espírito Santo, Senhor e fonte de vida, que procede do Pai, com o Pai e o Filho é adorado e glorificado, o qual falou pelos Profetas” (Credo de Nicéia).