A lógica do amor supera completamente a realidade das equações matemáticas, a soma das ofensas se anulam nas divisões das graças, as subtrações das nossas limitações se multiplicam nos nossos relacionamentos e o dom de viver insere uma variante que nos impulsiona na igualdade dos fatores a amar infinitamente. Todas as operações nesta constante da vida revelam que o “x” da questão é o perdão que alcança o resultado da paz, a convergência da eternidade, e a perfeição do amor. Na equação da vida, o perdão revela a verdadeira incógnita do nosso desejo de amar, e só aprende a resolver esse “problema”, aqueles que estão dispostos a inserir como variante de sua equação o “infinito” do perdão, pois é na soma dos fatores que se alcança o resultado, é perdoando sempre que se chega à equação do amor.
A complexidade dos nossos problemas excede o entrelaçado de números matemáticos e as operações dos nossos relacionamentos revelam a necessidade de inserir o “x” da nossa questão vital para obtermos resultados satisfatórios. A somatória das ofensas deve ser compensada pela somatória das qualidades alheias: ver mais o bem do que o mal. Na subtração dos relacionamentos pelas palavras “mal-ditas” se deve adicionar a subtração do esquecimento, somado à capacidade de deixar o passado no passado, de se abrir à novidade de conhecer os demais e deixar-se ser conhecido, pois é diante das diferenças que se solidifica os relacionamentos. A multiplicação das brigas se deve dividir com o tempo do silêncio; na equação dos nossos relacionamentos a variante das brigas e falatórios nunca termina em bons resultados.
A sabedoria das palavras ajuda a resolver as incógnitas das divergências, e na “regrinha de 3”: saber o como falar, o quando falar e a quem falar, se alcança resultados de uma convivência harmoniosa e de um relacionamento solidificado na confiança e no conhecimento mútuo. Nesta equação do amor que se insere nossa vida, não se pode esquecer que devemos elevar toda situação ao expoente da fé. Sem fé, a variante do perdão parece tolice, anulamos nossa equação, subtraímos relacionamentos, somamos dificuldades, dividimos família.
Perdoar não é o resultado da somatória do sentir, mas é a capacidade de multiplicar o bem, de agir mesmo sentindo. Perdoar não é subtrair as pessoas de nossa vida ou esquecer das ofensas recebidas, mas é aprender a apagar os problemas para dar uma nova oportunidade, mesmo lembrando do que aconteceu, nas novas oportunidades é que se crescem as convivências. Perdoar não é ser indiferente às ofensas, passível no sofrimento, mas é multiplicar, cultivar o desejo mais intenso de querer ser melhor, pois a vingança iguala os problemas e deixa a equação sem solução. Perdoar não é dividir falsidade, mas adicionar a maior de todas as sinceridades, pois é a tentativa mais positiva, verdadeira e a atitude mais real e concreta. De viver o amor ao próximo, pois só perdoa quem ama e só ama quem perdoa.
A necessidade de amar e ser amado, exige que nós superemos o orgulho, a mentira, o egoísmo e a preguiça para buscar todos os dias aprender a ciência do amor através do perdão. Na equação da vida sentimos o desgaste dos relacionamentos, mas sabemos também que é na prática que se aprende a matemática do perdão.
Pe. Carlito Bernardes de Oliveira Júnior Diocese de Anápolis