Diocese de Anápolis

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Liturgia 33º domingo do tempo comum: “Não sabemos do que somos capazes com o que Deus nos deu”

“Não sabemos do que somos capazes com o que Deus nos deu”

O trecho do evangelho que ouvimos hoje é conhecido como a “parábola dos talentos”. O homem que viajou para o estrangeiro é o próprio Jesus e só voltará no fim dos tempos. Talentos, naquele tempo, eram medidas de ouro, moeda nobre no comércio romano. Para nós, representa tudo aquilo que Nosso Senhor nos concede: qualidades naturais, capacidades, posses e, como diz o texto, “os seus bens”. Deus nos dá daquilo que é dele para que cuidemos: seu Amor de Pai (manifestado a nós principalmente no Batismo), sua Palavra, seu Perdão (recebido com certeza pelo sacramento da Confissão), o mistério do seu Corpo e do seu Sangue no Santíssimo Sacramento da Eucaristia, a abundância do seu Espírito Santo agindo em nós pelo sacramento da Crisma, e muitos outros.

A nossa missão, ao recebermos esses talentos, é fazê-los frutificar. E só se multiplica o que ganhamos de Deus quando fazemos chegar aos outros assim como chegou a nós: por pura doação! Sim, o que Cristo nos deu se multiplica quando é doado, repartido, colocado a serviço. Assemelhar-nos-íamos ao servo mal e preguiçoso se, depois de receber tantos dons, achando que Nosso Senhor não vai voltar para receber o seu lucro, deixássemos de estar a seu serviço. Quantas pessoas são batizadas, recebem a 1ª Comunhão e são crismadas, mas nunca mais voltam à Igreja…

Reparemos, ainda, que os dois primeiros empregados dobraram o que receberam do seu senhor e, por isso, ganharam o mesmo elogio: “servo bom e fiel”. Se o que tinha um talento tivesse feito dele apenas dois, teria recebido igual recompensa. O importante, então, é frutificar o que temos, independente de quanto seja, mesmo que achemos “pouco” o que nos foi dado. Deus é tão justo nesse sentido que, se o primeiro empregado tivesse entregado apenas nove talentos ao patrão, e não dez como fez, teria dado menos que o último empregado se tivesse frutificado seus dois.

Independente de com quantos talentos nos vejamos, saibamos todos que temos ouro nas mãos. Lembremo-nos: “a quem muito foi dado, muito será cobrado” (Lc 12,48). E para os que se acham “desfavorecidos” com que o Senhor quis para eles e pensam que ganharam até menos que um talento cujo fruto sempre será pequeno, terminamos com uma frase de Santa Catarina de Sena, que pode ser dirigida a todos os que querem entrar na alegria do seu Senhor: “se fordes aquilo que Deus quer, colocareis fogo no mundo”.

 
Pe. João Paulo Cardoso
Seminário Maior Diocesano
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