Diocese de Anápolis

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Fé e humildade é refletido na liturgia deste domingo

 

FÉ E HUMILDADE

Uma palavra chave, que pode abrir muitos caminhos, tem duas letras: fé. Tão pequena palavra, mas que carrega tão grande significado. Nós temos uma religião: A Católica. E essa religião católica se vive na fé. O que é fé? No Catecismo da Igreja Católica encontramos que a fé é a resposta do homem a Deus que se revela e a ele se doa, trazendo ao mesmo tempo uma luz superabundante ao homem em busca do sentido último de sua vida. Podemos dizer que a ter fé é acreditar, e é uma posse antecipada do que se espera, um meio de demonstrar as realidades que não se veem. Crer é um ato da inteligência que assente à verdade divina a mando da vontade movida por Deus através da graça. Podemos ainda dizer que fé é certa, mais certa que qualquer conhecimento humano, porque se funda na própria Palavra de Deus, que não pode mentir. Por fim, a fé procura compreender: E característico da fé o crente desejar conhecer melhor Aquele em quem pôs sua fé e compreender melhor o que Ele revelou. (Cf. Catecismo, N. 153-158)

Os apóstolos fizeram um pedido ao Senhor: “Aumenta a nossa fé!” (Lc 17,5). Parece que eles estavam se sentindo sem fé. A medida da fé não podemos ver. Mas podemos medi-la pelas obras. Jesus nos traz um ensinamento sobre a fé, provocado por uma súplica dos discípulos. Eles compreenderam bem que só se tiverem fé, se estiverem convencidos de que vale a pena deixar tudo para seguir o Mestre, é que poderão guardar distância das riquezas e se decidir pelo Reino. Jesus aprova essa convicção e declara implicitamente como tal decisão só pode ser fruto da fé.

Jesus provoca seus discípulos de fé fraca, utilizando o recurso do paradoxo: crer até no impossível como uma amoreira se arranque da terra e se plante no mar. Sem dúvida, ficariam completamente desconcertados. Porque crer não é uma postura fingida, mas a adesão da pessoa inteira. A fé que ia se derivando como condição para ser discípulo de Jesus não era uma questão periférica para os momentos de apuro e dificuldade, mas uma fé para todo momento, aconteça o que acontecer: o que é impossível para vós é possível para Deus.

Em segundo lugar, uma fé que é um dom. A adesão a Deus, que transforma em possíveis os impossíveis, não é resultado do empenho, nem do nobre esforço, mas uma graça que Deus concede a quem a pede e a acolhe. Assim, é impróprio estabelecer um preço àquilo que se recebe gratuitamente. É o que Jesus explica com o exemplo do criado do campo: “Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer”. (Lc 17,10).  Um ensinamento sobre a humildade. O cristão não deve orgulhar-se quando cumpriu seu dever. Deve estar disposto a obedecer aos mandatos sem esperar recompensas ou aplausos e aclamações pelo serviço feito.

Que possamos repetir nesse domingo essa frase: “Senhor, aumenta-nos a fé!” Que repitamos ao Senhor muitas vezes! E no final dessa semana, que inicia, possamos dizer assim: “Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer”. Fé e humildade andam juntas.

 

Pe. Rogério Moraes
Catedral do Senhor Bom Jesus da Lapa

 

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