Graça e Paz a todos! (Shalom)
Depois das semanas do Advento em que tivemos oportunidade de nos aproximarmos a Deus por meio de oração mais intensa, reflexão sobre o sentido das nossas vidas, reconciliados com Deus por meio do sacramento da penitência, com o coração repleto de alegria celebramos a festa do Natal. O motivo da alegria é o fato que Deus veio ao nosso encontro em forma de uma criança: simples, deitada numa manjedoura, nascida na humilde gruta, na modesta moradia de gente simples. É Deus conosco, Emanuel. Deus que sempre amou estar em meio dos seus. E mais ainda, Ele não somente está no meio de nós, a sua presença é o mais excelso dom que Ele nos dá: a nossa salvação, o início visível da vitória de Deus sobre o inimigo da humanidade, o Satanás, a garantia de que Ele nunca nos abandonará e nos terá como filhos por toda a eternidade.
Uma palavra que se declina com a palavra Natal é a paz. Os anjos nos campos de Belém, que por primeiro anunciaram o nascimento do Salvador, dirigiram aos pobres pastores e à humanidade inteira as palavras de paz: “Glória a Deus no mais alto dos céus e paz na terra aos homens por Ele amados!” (Lc 2,14). O Menino Jesus, na boca dos profetas recebeu o nome de Príncipe da Paz. A saudação de Jesus era “A paz esteja convosco”. Na Missa é anunciada a paz que brota da vitória de Jesus Ressuscitado e somos convidados a partilhar uns com os outros esta paz.
Deste modo, eu gostaria também de partilhar convosco esta paz que nasceu em Belém e nós a sentimos cantando os cantos natalinos, contemplando o Menino Jesus no presépio, confraternizando-se nas famílias.
Cada um precisa da paz no seu coração. Cada família precisa da paz. O nosso País e o mundo inteiro precisam tanto de paz. Muitos a buscam e tentam edificá-la com diversos modos. No entanto, ela será encontrada somente na vivência do Emanuel, o Deus conosco, na comunhão com Ele, na acolhida da sua mensagem e no compromisso de cumprir a sua vontade.
Procurem e tenham paz nos vossos corações, a paz que brota do Coração de Cristo.
Permitam-me um pequeno espaço pessoal. Nas últimas semanas a enfermidade me distanciou do convívio direto com os padres e demais fiéis. Peço a compreensão, de modo especial, aos que foram crismados, de não ter entre si a pessoa do Bispo. Assim é a vida: frágil, passageira, surpreendente. Mas a fé ilumina tudo. Nestes dias posso viver mais intensamente o que São Paulo disse sobre si mesmo e eu escolhi desde o início do meu sacerdócio como lema: “Alegro-me nos sofrimentos que tenho suportado por vós e completo, na minha carne, o que falta às tribulações de Cristo em favor do seu corpo que é a Igreja” (Cl 1,24). Obrigado a todos pelas orações. Ofereço a minha fragilidade pelo bem da Igreja. Deus dispõe que se faça apostolado de diversas maneiras.
De coração desejo a todos um Santo e Feliz Natal e Abençoado Ano Novo!