Diocese de Anápolis

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Artigo: Festas Juninas, a celebração alegre do amor e da vida

O mês de junho, conhecido antes como o ciclo Litúrgico Pós- Pentecostes, ou do Divino, é um período rico pela religiosidade popular que homenageia os santos padroeiros de centenas de paróquias no Brasil: Santo Antônio, São João Batista, São Pedro e São Paulo. O catolicismo popular, espontâneo e plural, em tradições orais, associa a estas festas religiosas, danças, comidas, devoções que dão identidade e proteção ao povo simples dos pequenos.

Estes Santos refletem a dura resiliência dos pobres, que anseiam mais vida, encontrar objetos perdidos, acertar no namoro e casamento, proteção nos mares e às torrentes da existência e pescas abundantes. Reunidos em torno a fogueiras e arraiás, mostram o rosto de uma Igreja bela, profética, festiva e solidária, que sabe louvar e brincar, superando as agruras e sofrimentos com uma esperança forte no Deus providente e seus amigos os santos.

Estas festas propiciam a partilha e troca de saberes entre as gerações, constroem as comunidades, e sempre testemunham a criatividade dos humildes numa pedagogia do encontro e da aproximação. Estes momentos de expansão da fé e da alegria que brota da convicção que a vida e o amor sempre vencem, que se Deus é por nós, quem estará contra nós, despertando na gente força e coragem para as lutas e labutas do dia a dia.

É nestas festas que nasce, muitas vezes, um voluntariado eclesial generoso, porque todo mundo quer participar, que constituem uma experiência transformadora do individualismo e isolamento que permeia a vida das grandes cidades. Precisamos muito, nos dias de hoje, retomar as praças, as ruas e pátios das paróquias, para tecer a convivialidade, a comunhão, a alegria do pertencimento comunitário, para, assim, vencermos o medo da insegurança e da violência.

Uma das imagens mais explícitas da Paz é a de um povo em festa, unido no amor, rindo e celebrando as suas esperanças e sonhos.  Que os Santos padroeiros juninos nos incentivem a defender e proteger a vida, a dar um sentido amoroso e compassivo às nossas práticas religiosas, e testemunhar a alegria que brota do encontro com Cristo na comunidade. Deus seja louvado!

+ Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
    Bispo de Campos (RJ)
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