Diocese de Anápolis

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3° Domingo da Páscoa: “Promete e compromete”

Deus onipotente poderia muito bem aparecer, manifestar sua luz reluzente e fazer toda criatura cair a seus pés; ou poderia enviar seus anjos que com sua beleza e grandeza convertesse a toda humanidade a Deus. Entretanto elege pobres criaturas como seus embaixadores, seus representantes, pecadores e limitados… todos os batizados são escolhidos desde a criação do mundo (cfr. Ef 1,3), para serem reflexo do amor de Deus aos homens, para serem imagem de sua misericórdia e espelho de sua presença.

A promessa da ressurreição compromete o cristão a ser testemunha dessa intensa experiência de amor. O Ressuscitado nos envia a ser testemunha de sua ressurreição. Em cada Santa Missa experimentamos um encontro pessoal com o Ressuscitado, é Ele que nos diz na presença do sacerdote “a paz esteja contigo”, abre nossa mente para compreender as Escrituras, explica o sentido da sua paixão salvadora, se entrega, faz arder nosso coração e no final nos envia para sermos suas testemunhas.

Promete sua presença que nos compromete em sermos reflexo dessa presença. Tal envio passa quase desapercebido, a preocupação de sair rápido da Igreja, recolher as crianças, buscar o carro… “Ide em paz e o Senhor vos acompanhe”. O imperativo divino é claro: “Ide…”, “vá anunciar minha palavra”, cansamos de escutar, mas poucas vezes vivemos como realmente enviados do Senhor, como testemunhas do Ressuscitado. A experiência de Jesus Cristo na missa se torna um verdadeiro encontro que promete e compromete, deve ser tão profunda a ponto de ser o suficiente para ascender em nós a chama do apostolado, a luz que ilumina a todas as nossas realidades e a claridade que dissipa a escuridão da nossa mesquinhez.

Deve ser tão intensa a ponto de fazermos da missa uma “missão”, uma grande missa, de maneira que toda nossa vivência posterior seja uma constante ação de graças a Deus, um constante louvor, com palavras e obras: em casa descansando com a família, no empenho do trabalho, na diversão com os amigos, na rua diante dos colegas e conhecidos, tudo seja para dar glória a Deus, para expressar a alegria da ressurreição, gritar para o mundo com a nossa vida que Deus não está morto.

Estupefatos pela alegria do reencontro, maravilhados com a presença do Mestre, somos enviados a professar com nossa vida a Ressurreição de Jesus. À Boa Nova da ressurreição não se proclama apenas com palavras, mas com nossas atitudes, com nosso exemplo, com a nossa alegria e coerência de vida. Ser testemunha é abraçar o compromisso de expressar com a vida a realidade vivida, é fazer com que a alegria da presença de Deus transborde nos horizontes sociais e se insira no nosso dia a dia. O medo da missão, a vergonha do “que dirão”, o desconcerto e as incertezas, não podem nos fazer acovardar diante de nosso compromisso.

O Ressuscitado nos envia para sermos suas testemunhas com a coragem da fé, a perseverança na verdade e a ousadia do exemplo. Se na ressurreição de Cristo recebemos a promessa de sua presença “até o final dos tempos”, a alegria da ressurreição nos compro- mete com a missão, para que em nós e através de nós muitos possam encontrar a alegria de crer sem terem visto.

Pe. Carlito Bernardes Oliveira Júnior
Paróquia Divino Pai Eterno
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