Diocese de Anápolis

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01 de janeiro: Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus

 

A Mãe de Deus e nossa

O Dia Mundial da Paz coincide com a Solenidade Litúrgica da Maternidade Divina de Maria. Esta solenidade foi instituída por Pio XI em 1931 na comemoração dos 1500 anos do Concílio de Éfeso, quando Maria foi proclamada Teotokos, ou seja, Mãe de Deus. Pedindo sua intercessão para que a paz aconteça entre nós, ofereço ao leitor uma breve reflexão sobre Maria, mãe de Deus e nossa Mãe. A Mãe de Deus, Maria, é também nossa mãe. Deu-nos o Filho de Deus como Salvador. Esteve com Ele ao pé da Cruz e participou assim até o extremo da obra redentora. Quando o coração de Cristo foi trespassado pelo soldado, foi o seu coração de mãe que se rasgou em lancinante dor, pois Cristo já havia expirado.

Nascemos, como Igreja, do coração aberto de Cristo. A dor e o oferecimento, entretanto, foram de Maria. Desde aquele dia o discípulo a teve em sua casa, conforme nos informa o evangelista são João: “a partir dessa hora, o discípulo a recebeu em sua casa”(Jo 19, 27). É claro que o discípulo, assim o entendem os bons exegetas, concentra em si todos os seguidores de Jesus. Rainha da Paz, Maria, mãe de Deus e nossa, é fonte inesgotável de paz para a Igreja, a comunidade dos discípulos de Jesus. Somos, pois, felizes de termos Maria presente através de símbolos e imagens em nossos templos e em nossas casas e nos julgamos agraciados por Deus de poder repetir sempre de novo as palavras do Anjo: “Ave cheia de graça, o Senhor é contigo” (Lc 1,28) acrescentando aquelas que o Espírito Santo colocou no coração e nos lábios de Isabel : “bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre”(Lc 1,42).

Alegramo-nos muitíssimo em repetir sempre: “ó Bem-aventurada Virgem Maria”, cumprindo a profecia que ela mesma fez a respeito da honra a lhe ser dada até o fim do mundo: “de agora em diante todas as gerações me proclamarão bem-aventurada” (Lc 1,48). E desde muito cedo a Igreja recorreu à intercessão de Maria, invocando-a como mãe de Deus: “Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós…” Foi no ano de 431, no Concílio de Éfeso que os bispos, reunidos, a proclamaram, contra as ideias de Nestório, “Mãe de Deus”, em grego “Teotokos”. A paz, que vem do alto, veio através de Maria, pela força do Espírito Santo. No hino que Maria cantou no encontro com Isabel ela enaltece seu Deus que age com a força de seu braço para elevar os humildes e saciar os famintos (cf. Lc 1,51-53). A paz não acontece sem a justiça e a justiça só se concretiza através de corações convertidos para o amor. Quem não ama não pratica a justiça.

Seja para todos, este ano, um ano de graça e de paz! Tendo no coração esses santos desejos rezamos com as mesmas palavras com que, já no séc. III, os cristãos costumavam invocar tua proteção: “Sob tua proteção nós nos colocamos ó Santa Mãe de Deus; em nossas necessidades não desprezes nossas súplicas, mas livra-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita. Amém”.

       
Dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues
Arcebispo Emérito de Sorocaba
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