“A propaganda é a alma do negócio”, tantas vezes escutamos essa máxima no mundo comercial, vemos o enorme empenho e esforço dos empresários em apresentar da maneira mais criativa, inovadora e agradável seus produtos buscando o sucesso das vendas, o reconhecimento popular e mundial, a afeição da maioria. No cristianismo é diferente, a propaganda de Jesus não versa sobre um produto de venda que busca agradar o freguês, não se fundamenta no objetivo do sucesso financeiro ou no reconhecimento global, a publicidade de Jesus se baseia na verdade do ser humano e seu mais profundo desígnio de salvação e felicidade.
O “politicamente correto” se tornou uma filosofia nos dias atuais impregnada até dentro do cristianismo onde encontramos discursos lindos e maravilhosos, cheios de florezinhas, camuflados com o vermelho do amor e abarrotados de coraçõezinhos; um cristianismo “light”, cheios de “pare de sofrer”, com pessoas sensíveis, dramáticas e hipócritas. Um cristianismo que prega um Cristo sem cruz é um cristianismo falso, fajuto e mentiroso. No Evangelho, o elogio a Pedro se transforma em repreenda, Jesus não pensa duas vezes em corrigir a Pedro, o chama de satanás porque pensa como os homens e não como Deus. A rapidez da correção de Jesus revela o seu mais profundo interesse de não desvincular a glória da sua divindade com a cruz da salvação. Jesus não se preocupa em vender seu produto, em agradar a maioria, em arrebanhar pessoas; Ele se preocupa em proclamar o Evangelho, a verdade, Ele não mente e nem omite para conquistar pessoas, Ele não ilude simplesmente para ser “politicamente correto”, ao contrário Ele delineia o caminho do cristão, traça a realidade da vida daqueles que querem seguir os seus passos, fala com clareza a verdade da vida cristã. Jesus não mente ao falar da cruz, é sincero quando diz que “quem quiser me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga”. Grande ilusão é buscar viver um cristianismo longe da cruz e do sofrimento, uma fantasia pensar que a presença de Deus torna nossa vida mais fácil, sem dores e renúncias, uma verdadeira utopia, uma quimera conceber um Cristo sem cruz e uma cruz sem Cristo. Os sofrimentos decorrentes do nosso seguimento fazem parte da nossa vida, ou aprendemos a suportar com fé e amor ou viveremos choramingando pelos cantos, dramatizando nossa existência e vivendo um cristianismo de criança mimada, sensível às contrariedades e frágeis às desilusões e frustrações.
As atitudes de Jesus não buscam agradar, aglomerar pessoas, conquistar “likes”, mas buscam a verdade do seu ensinamento. A exemplo de Jesus Cristo devemos parar de pintar um cristianismo fácil, sem renúncias, sem lutas e perseguições, um cristianismo compactuado com o pecado, adepto do “politicamente correto”, camuflado sob a fantasia carnavalesca do “paz e amor”. Devemos proclamar a verdade sem ocultar ou omitir para agradar a maioria, falar com toda clareza do pecado sem medo de afastar as pessoas, evangelizar sem esperar o sucesso dos resultados. Doa a quem doer, a verdade não pode ser omitida ou calada, ela é a verdadeira publicidade ensinada por Jesus na Igreja Católica, a propaganda que revela o verdadeiro desígnio de salvação para a humanidade, e por mais que esse “marketing” não agrade a maioria e nem encham as igrejas, é o único que nos dá uma verdadeira liberdade e felicidade; e aos críticos, revoltados, acomodados e incomodados que se retirem!
Pe. Carlito Bernardes Paróquia Divino Pai Eterno - Anápolis