Diocese de Anápolis

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Padre Rogério comenta a liturgia do 1º domingo do Advento

 

Como nos Nossos Tempos!

O Evangelho de Mt 24, 37-44 convoca os cristãos à vigilância: “Vigiai, porque não sabeis em que dia virá o Senhor” (Mt 24, 42). Jesus faz uma comparação entre os tempos de Noé e os tempos da segunda vinda de Cristo: assim como, nos tempos de Noé, as pessoas, além de viver bem ordinariamente, estavam bastante distraídas, “assim será também na volta do Filho do homem” (Mt 24,39). Assim como os seres humanos que precederam o dilúvio universal, “comiam, bebiam, casavam-se e davam-se em casamento” (Mt 24,38), assim também estará a humanidade que precederá o juízo universal.

Além da exortação que o Senhor faz para que estejamos vigilantes, porque ele pode voltar a qualquer momento, não surpreende o fato de que nós frequentemente vivemos distraídos para essas coisas de dilúvios e de juízos. É normal, pois nos parece de grande proveito comer, beber e divertir-nos. E é verdade! Mas é preciso que unamos essas coisas ordinárias com as realidades sobrenaturais fazendo com que sejam uma só coisa na nossa vida: “quer comais quer bebais ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1 Cor 10,31). O critério está bem claro: se fizermos todas as coisas ordinárias, tendo presente a glória de Deus, não seremos surpreendidos no dia do juízo, estaremos sempre preparados para esse acontecimento.

Jesus falou sobre esta atitude de vigilante expectativa que deve caracterizar toda a vida do cristão. Não se trata somente da parusia, ou seja, do fim dos tempos, mas também da vinda do Senhor que se realizará para cada um em particular, ao término de sua vida, quando se encontrar face a face com seu Salvador. Aquele deverá ser o seu dia mais belo, o início de sua vida eterna. Mas acontece uma falta de preparação porque não existe consciência do perigo. A nossa oração deve ser como a do cego de Jericó: Senhor, que eu veja! (Mc 10,51)

Que eu veja se eu estou preparado para a vinda de Cristo. Porque pode acontecer de não termos essa sensibilidade. Tantas coisas vamos vivendo que não percebemos. Procuremos afastar os motivos que impedem a acolhida do Senhor como os prazeres da vida: a pessoa mergulhada nos prazeres fica iludida, como por exemplo, no domingo, dorme, passeia, pratica esportes, mas não sobra tempo para a Missa. Ou o trabalho excessivo nos afasta da expectativa de Deus: a pessoa obcecada pelo trabalho esquece o resto: Deus, a família, os amigos, a própria saúde. Como desejas preparar para a vinda de Cristo? E como desejo me preparar para o Natal desse ano? Apenas programando festas, presentes, enfeites, músicas? Preparemos numa atitude de humildade e vigilância para a chegada de Cristo que vem.

Pe. Rogério Moraes
Catedral do Senhor Bom Jesus da Lapa
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