Diocese de Anápolis

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“O presente do tempo presente” – 1º Domingo do Advento

Com esta liturgia dominical, iniciamos o tempo do Advento. Essa palavra vem do latim advenire, que quer dizer “vinda”. Apesar de ser conhecido como um tempo de preparação para o Nascimento do Menino Deus no Natal, o Advento nos prepara ainda mais para a segunda vinda do Senhor, aquela definitiva no fim dos tempos, “dia tremendo e glorioso” (At 2,20). A palavra que mais se destaca da liturgia do início deste novo ano litúrgico é “vigiai”.

Se pararmos para pensar bem, aquilo que realmente devemos vigiar (estarmos atentos, acordados) não é uma vinda de Jesus que se dará somente num futuro desconhecido, mas aquela que tem lugar no nosso tempo, no nosso hoje. É por isso que a Igreja nos ensina que, entre a primeira e a última vinda de Nosso Senhor, existe uma intermediária. “Deus é ‘Aquele que vem’: veio até nós na pessoa de Jesus Cristo; vem ainda nos Sacramentos da Igreja e em cada ser humano que implora a nossa ajuda” (São João Paulo II).

O segredo para estarmos preparados, quando o Senhor vier nos buscar e nos levar para “estarmos para sempre com Ele” (1Tes 4, 17), é vigiarmos o nosso hoje, nosso agora. Jesus não nos salva no futuro, mas no presente! Ninguém vigia o que vai chegar, apenas espera! E mesmo a espera da segunda vinda do Cristo se dá no hoje da Igreja. Quando Jesus chegar, esse será o nosso aqui e agora. É no presente que a vontade de Deus se revela para nós, é no presente que Ele nos oferece o verdadeiro bem.

Existe uma pesquisa assustadora que aponta que 70% do nosso tempo passamos atormentados pelo nosso passado (chorando pelo leite que não volta pra vasilha…), 25% preocupados com o nosso futuro (estamos na era da ansiedade) e, pasmem, apenas 5% do nosso tempo passamos realmente concentrados com aquilo que está acontecendo agora ao nosso redor. O único tempo que temos é o momento no qual estamos, por isso é chamado de presente, uma dádiva, um dom, um presente.

O Papa Bento XVI nos deu quatro dicas para vivermos bem o presente nesse advento: “justo desapego dos bens terrenos, arrependimento sincero dos próprios erros, uma caridade laboriosa em relação ao próximo e, sobretudo, uma entrega humilde e confiante nas mãos de Deus, nosso Pai terno e misericordioso”. Que a Virgem Maria, nossa companhia mais que especial nesse caminho de preparação para o Natal, nos ajude a, recolhidos e em oração, estarmos atentos e a não jogarmos fora o presente do tempo presente.

Pe. João Paulo Cardoso
Roma - Itália
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