Diocese de Anápolis

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Batismo do Senhor: “A água que nos torna filhos no Filho”

A água que nos torna filhos no Filho

A liturgia da festa que hoje celebramos nos leva a contemplar o mistério do Deus que se deixa batizar. Jesus, o Filho de Deus, com a finalidade de nos apontar o novo modo de ser batizado, que seria inaugurado por Ele mesmo, adentra as águas do Jordão, deixando-se batizar por João. O batismo de João, ao contrário do batismo cristão, ainda não era um batismo de remissão dos pecados, mas um batismo apenas de conversão e de penitência, um convite à mudança de vida.

Sabemos que por ser Deus, Jesus não tem pecado e nem sequer precisava de nenhum tipo de conversão, por isso nos perguntamos: qual motivo então teria levado o Senhor a se submeter a tal batismo? Isto nos é explicado pelo grande doutor da Igreja, Santo Ambrósio: “O Senhor foi batizado não porque quisesse ser purificado, mas para purificar as águas, a fim de que, limpas pela carne de Cristo, que não conheceu o pecado, tivessem a força do batismo”. Portanto, foi em vista da nossa purificação que Jesus se deixou batizar.

O batismo cristão de fato nos redime, porque na cruz fomos banhados por “um sangue mais eloquente que o sangue de Abel” (Hb 12, 24), e pelo batismo somos configurados a este Deus que nos lavou com seu sangue e também somos configurados Àquele em cujo nome fomos batizados.

O efeito do batismo de Jesus no Jordão, como contemplamos nas páginas da Bíblia, é o início da missão do Cristo e também o testemunho de sua filiação por parte do Pai, pois ali Jesus, que iniciava sua vida pública, escutou a voz do Pai que dele dava testemunho: “Tu és o meu Filho amado”. Com certa semelhança, o efeito do batismo de Cristo continua se repetindo em nós que somos batizados neste mesmo batismo, pois somos inseridos como filhos adotivos na filiação daquele que é o Filho por excelência, e somos também chamados a sair a cada dia em missão, cumprindo aquele mandato do Cristo ressuscitado: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16, 15). Assim, nossa vida é missão!

Uma vez batizados, ou seja, uma vez tornados filhos no Filho, nossa grande missão é testemunhar, vivendo com autenticidade nosso batismo no meio do mundo, tendo a coragem de enfrentar as ondas contrárias dos maus costumes de nossos tempos e, na dinâmica do Espírito Santo, contar com a graça do nosso Pai do céu, que também em nós põe seu bem-querer.

 
Pe. Wilson Mendes da Silva Neto
Paróquia Santíssima Trindade
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