Diocese de Anápolis

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16º Domingo do tempo comum: “O joio pode ser quem menos esperamos”

“O joio pode ser quem menos esperamos”

Jesus conta três parábolas no evangelho de hoje. Mas queremos voltar nossa atenção para a única sobre a qual os apóstolos pediram explicação: aquela do joio. Quando os empregados pedem ao dono do campo para tirar o joio logo que o notam entre o trigo, ouvem algo que surpreende: “deixai crescer um e outro até a colheita” (v. 30).

Aqui temos algo que quase não conseguimos compreender em Deus: a sua paciência! “Ele faz nascer o sol sobre maus e bons, e faz chover sobre justos e injustos” (Mt 5,45). Por que Ele permite que tantas pessoas más vivam neste mundo? Santo Agostinho afirma: “os maus existem no mundo ou para que se convertam, ou para que por eles os bons exercitem a paciência”.

Essa parábola ensina-nos, então, a não sermos apressados em julgar as pessoas que estão ao nosso redor, mas a termos calma e atenção, porque esses maus não estão apenas no mundo, estão também na Igreja! E não são apenas aquelas pessoas difíceis que conhecemos e que, talvez, já estejamos elencando agora no nosso pensamento, mas somos nós mesmos. Sim! Em primeira mão, todos somos joio, por causa das nossas fraquezas, sem exceções. “Todos pecaram e estão privados da glória de Deus” (Rm 3,23).

Apenas num segundo momento, vemos em nós a capacidade de, pela graça de Deus, tornarmo-nos trigo da mais fina qualidade, santos. Isso levava o mesmo Santo Agostinho a dizer que não há pecado que um irmão nosso cometa, que não sejamos capazes de fazer mil vezes pior se a graça de Deus não nos sustentar. “Sou o que sou pela graça de Deus” (1Cor 15,10) diz São Paulo.

Aprendamos, pois, a sermos pacientes como Nosso Senhor, que não apenas “tolera” a presença do joio, esperando o melhor momento para punir com “o golpe da justiça”, mas que é misericórdia, que vai atrás querendo salvar. “Quem pensa estar de pé cuide para não cair” (1Cor 10,12). Queremos carregar sempre no coração um provérbio (muito provavelmente vindo do tão citado aqui Santo Agostinho) que o Papa Francisco sempre gosta de repetir: “Não há santo sem passado, nem pecador sem futuro!”

 
Pe. João Paulo Cardoso
Seminário Maior Diocesano
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