“Recebestes de graça, dai de graça”. Este trecho do Evangelho de Mateus é o tema da mensagem do Papa Francisco para o 27º Dia Mundial do Enfermo, que será celebrado em 11 de fevereiro de 2019. O texto foi apresentado nesta terça-feira, 8, pela sala de imprensa da Santa Sé.
Com esse tema, Francisco explica que o caminho mais credível de evangelização são gestos de dom gratuito, como os do Bom Samaritano. O dom, segundo ele, deve ser colocado como paradigma capaz de desafiar o individualismo e fragmentação social dos dias atuais, numa atitude contra a cultura do descarte e da indiferença.
“No dom, há o reflexo do amor de Deus, que culmina na encarnação do Filho Jesus e na efusão do Espírito Santo”, afirma o Papa na mensagem. Ele lembra que todo homem é pobre, necessitado e indigente, de forma que, em cada fase da vida, nunca será possível ver-se livre da necessidade e da ajuda alheia. “O reconhecimento leal desta verdade convida-nos a permanecer humildes e a praticar com coragem a solidariedade, como virtude indispensável à existência”.
Santa Teresa de Calcutá
O 27º Dia Mundial do Doente será celebrado de modo solene em Calcutá, na Índia, em 11 de fevereiro de 2019. A partir disso, Francisco recorda em sua mensagem a figura de Santa Madre Teresa de Calcutá, modelo de caridade que tornou visível o amor de Deus pelos pobres e os doentes. Ela foi canonizada em setembro de 2016, pelo Papa Francisco, no contexto do Jubileu da Misericórdia.
“A Santa Madre Teresa ajuda-nos a compreender que o único critério de ação deve ser o amor gratuito para com todos, sem distinção de língua, cultura, etnia ou religião. O seu exemplo continua a guiar-nos na abertura de horizontes de alegria e esperança para a humanidade necessitada de compreensão e ternura, especialmente para as pessoas que sofrem”.
Voluntariado
Outras pessoas lembradas pelo Papa em sua mensagem são os voluntários, a quem Francisco expressa seu agradecimento e encorajamento.
“O voluntário é um amigo desinteressado, a quem se pode confidenciar pensamentos e emoções; através da escuta, ele cria as condições para que o doente deixe de ser objeto passivo de cuidados para se tornar sujeito ativo e protagonista duma relação de reciprocidade, capaz de recuperar a esperança, mais disposto a aceitar as terapias. O voluntariado comunica valores, comportamentos e estilos de vida que, no centro, têm o fermento da doação. Deste modo realiza-se também a humanização dos tratamentos”.
Francisco conclui a mensagem confiando todos a Maria. “Que Ela nos ajude a partilhar os dons recebidos com o espírito do diálogo e mútuo acolhimento, a viver como irmãos e irmãs cada um atento às necessidades dos outros, a saber dar com coração generoso, a aprender a alegria do serviço desinteressado”.
Fonte: Canção Nova