Diocese de Anápolis

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“Sofrem, mas não negociam a fé”, diz Papa sobre cristãos perseguidos

 

A Audiência Geral do Papa Francisco desta quarta-feira, 11, foi realizada na Sala Paulo VI, no Vaticano. A catequese teve como tema: “Ainda um pouco, e você me convence a tornar-me cristão!”. A reflexão do Pontífice foi baseada no texto extraído do Livro dos Atos dos Apóstolos, em que Paulo é citado como prisioneiro do Rei Agripa.

Francisco continua a viagem do Evangelho no mundo narrado pelo Livro dos Atos dos Apóstolos, e o testemunho de Paulo é cada vez mais marcado pelo sigilo do sofrimento. “Paulo não é apenas um evangelizador cheio de ardor, missionário intrépido entre os pagãos que dá vida a novas comunidades, mas é também a testemunha sofredora do Ressuscitado”, disse o Papa.

A chegada do Apóstolo a Jerusalém, descrita no capítulo 21 dos Atos, desencadeia um ódio contra ele. Paulo é censurado: “A cidade é hostil, assim como foi para Jesus. Tendo ido ao templo, Paulo foi reconhecido e levado para ser linchado. Foi salvo por um fio pelos soldados romanos. Acusado de ensinar contra a Lei e o templo, ele foi preso e começa a sua peregrinação de encarcerado, primeiro diante do Sinédrio, depois diante do procurador romano em Cesaréia e, por fim, diante do rei Agripa”, recordou o Santo Padre.

No texto bíblico, o Papa ressalta que Lucas destaca a semelhança entre Paulo e Jesus, ambos odiados pelos adversários. “Jesus foi odiado pelos seus adversários e Paulo a mesma coisa, acusados publicamente e reconhecidos como inocentes pelas autoridades imperiais; e assim Paulo é associado à paixão de seu Mestre, e sua paixão se torna um evangelho vivo”, destacou Francisco. Em seguida, o Pontífice recordou o seu encontro, esta manhã, com os peregrinos ucranianos, de uma diocese na Ucrânia.

“Quanto essas pessoas foram perseguidas; quanto sofreram pelo Evangelho! Mas não negociaram fé. É um exemplo. Hoje, no mundo, na Europa, muitos cristãos são perseguidos e dão a vida por sua fé, ou são perseguidos com ‘luvas de pelica’, ou seja, deixados de lado, marginalizados… O martírio é o ar da vida de um cristão, de uma comunidade cristã. Sempre haverá mártires entre nós: este é o sinal de que estamos seguindo o caminho de Jesus. É uma bênção do Senhor que haja no povo de Deus, alguém que seja testemunho de martírio”.

Paulo é chamado a defender-se das acusações e na presença do rei Agripa, a sua apologia se transforma num testemunho eficaz de fé, sublinhou o Santo Padre. “Mesmo quando fala de si, Paulo anuncia e manifesta o seu Senhor”, completou. Depois, Francisco revela que Paulo relata sua própria conversão. “Cristo ressuscitado o tornou cristão e confiou-lhe a missão entre as nações, para que se convertam das trevas para a luz, do poder de Satanás para Deus, e recebam o perdão dos pecados e a herança entre os santificados pela fé em Cristo”.

De acordo com o Pontífice, Paulo obedeceu a tarefa de evangelizar e não fez nada além de mostrar como os profetas e Moisés prenunciaram o que agora anuncia: “que o Messias devia sofrer e que, ressuscitado por primeiro dentre os mortos, ele devia anunciar a luz ao povo e aos pagãos”.

O testemunho apaixonado de Paulo toca o coração do rei Agripa, recorda o Papa. Segundo o texto bíblico, o monarca disse: “Ainda um pouco, e você me convence a tornar-me cristão!”. Paulo é declarado inocente, mas ele não pode ser libertado porque apelou a César, constatou o Santo Padre. Assim, afirma Francisco, continuou a viagem irreversível da Palavra de Deus em direção a Roma e, a partir desse momento, o retrato de Paulo é o do prisioneiro cujas correntes são sinal de sua fidelidade ao Evangelho e do testemunho dado ao Ressuscitado.

As correntes eram certamente uma provação humilhante para o apóstolo, que aparece aos olhos do mundo como um “malfeitor”, observou o Pontífice que prosseguiu afirmando que o amor que o apóstolo tinha por Cristo era tão forte que mesmo as correntes eram lidas com os olhos da fé. “Fé que para Paulo não é uma teoria, uma opinião sobre Deus e o mundo, mas é o impacto do amor de Deus em seu coração, é o amor por Jesus Cristo”.

Fonte: Vatican News

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