Diocese de Anápolis

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Reflexão do 2º domingo do tempo comum: “O Cordeiro não morreu só por mim mas no meu lugar”

O que significa dizer que Jesus é o Cordeiro de Deus? No Antigo Testamento, na noite do Êxodo, da saída do povo do Egito, Deus mandou que cada família do povo hebreu tomasse um cordeiro, macho e sem defeito, para imolá-lo e passar o seu sangue nos umbrais das portas para que a última das dez pragas do Egito, o anjo exterminador que mataria todo primogênito das famílias que encontrasse, não lhes fizesse nenhum mal (Ex 12, 3ss).

Quem fez isso, naquele dia, ficou livre da morte e, logo depois, atravessaram o Mar Vermelho a pé enxuto. Esse evento glorioso ficou conhecido como Páscoa e, a mando de Deus, os judeus passaram a celebrar esse dia todos os anos repetindo o que Deus tinha mandado fazer. Além disso, era costume de os judeus sacrificarem um cordeiro durante as suas assembleias para que o animal sofresse o que eles, pelos próprios pecados, deveriam sofrer, ou seja, a morte. Para lembrar-lhes disso, o sangue do animal era aspergido sobre eles.

Em outras palavras, um ser inocente era morto no lugar dos verdadeiros culpados; aquele que não tinha pecado, era feito pecado pelos outros; a morte de um inocente era sinal de salvação para os que se tinham perdido; o sacrifício daquele que não tinha mancha alguma era oferecido para aplacar a justa cólera de Deus sobre o povo; o sangue imaculado derramado em holocausto era sinal de uma nova aliança com Deus. Isso soa familiar? Não é difícil revisitar as linhas acima e perceber que o mesmo texto pode ser aplicado, com segurança, também à Pessoa de Cristo e seu sacrifício por nós no alto da Cruz. Por isso, o cordeiro do Antigo Testamento é apenas uma prefiguração do Verdadeiro Cordeiro de Deus que é Jesus.

Contudo, completando a frase de João Batista no evangelho de hoje, Jesus não é apenas o Cordeiro de Deus, mas também aquele que tira o pecado do mundo. Por isso, é impossível usufruir dos frutos da Redenção que Cristo alcançou morrendo por nós na Cruz se não nos reconhecermos pecadores e os principais merecedores de tudo o que Nosso Senhor padeceu em sua Paixão. Só que tem humildade e fé é capaz de olhar para um crucifixo ou responder ao “Eis o Cordeiro de Deus” na Santa Missa e entender o real sentido do sacrifício de um Deus Todo Santo que morreu não só por mim, mas no meu lugar!

Pe. João Paulo Cardoso

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