Diocese de Anápolis

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Reflexão do 19° domingo do tempo comum: “Distrações”

Os desafios do seguimento a Jesus temperam o nosso dia com o sabor das conquistas, e o ardor dos sofrimentos. Nossas batalhas diárias em viver a fé são afrontadas no realismo da nossa vida pessoal em que se constata tanto a limitação da nossa humanidade como também a necessidade da graça divina e sua misericórdia. A garantia da vitória nos enche de esperança e nos dá ânimo para continuarmos nossas lutas diárias em busca da santificação pessoal.  

Entretanto, as distrações que vão surgindo esmorecem nossos esforços, nos faz perder o foco da batalha, nos torna preguiçosos nas nossas lutas e dispersos nos objetivos e conquistas. As distrações são verdadeiros obstáculos que nos desanima com facilidade da luta pela santidade, nos faz cansar da Igreja e “descrençar” de Deus.

O Evangelho desse domingo nos apresenta Jesus caminhando sobre as águas indo até os seus discípulos. Assombrados, são acalmados pelas palavras de Jesus, mas ainda permanece a dúvida. Pedro pede para ir caminhando sobre as águas até Jesus; começa o caminho de fé de Pedro, diante do imperativo convidativo de Jesus “vem”, Pedro dá passos temerosos e firmes sobre as águas; com os olhos fixos em Jesus seu caminhar parecia certo, a fé lhe sustentava diante de uma realidade sobrenatural. Contudo, o balançar das ondas, o frescor da brisa “marinha”, distraíram a Pedro, seu olhar se distanciou de Jesus, se distraiu do essencial, d’Aquele que lhe fazia caminhar sobre as águas, começa a perecer.

A fé cristã é um constante caminhar sobre as águas, exige confiança diante dos desafios, entrega nos sofrimentos e renúncia das tentações. E o que nos faz permanecermos firmes sobre as águas das provações é nosso olhar fixo em Jesus, é Ele que sustenta o nosso caminhar na fé, é por Ele que vale a pena sair do comodismo e da segurança da nossa barca para seguir seus passos na escuridão do mar da vida. E se nossos olhos começam a se distanciar do essencial, do principal da nossa fé, se nos distraímos, começamos a afundar.

Somos assolados por tantas realidades que nos distrai de Jesus Cristo… o sacerdote que não gostamos, o fulano ou fulana que fofoca, as injustiças que não concordamos na Igreja, o coordenador da pastoral que é isso ou aquilo, a hipocrisia de tantos irmãos que vivem na Igreja, a falsidade de um, a mentira de outro… Essas distrações e vão nos cansando, vão nos fazendo perecer na fé a ponto de não querermos mais seguir a Jesus… Esquecemos de que ser cristão é responder ao chamado de Jesus “vem”, é caminhar sobre as águas das incertezas, é ter os olhos fixos em Jesus Cristo sem se distrair com o humano. As distrações minguam nossa fé nos faz desanimar no seguimento a Jesus.

A constatação de Jesus da pouca fé de Pedro insiste na pergunta: “…por que duvidaste?”. Pedro se deixou levar pelas distrações, deu mais importância ao vento que batia no seu rosto e ao movimento das ondas do que à palavra de Jesus, ele duvidou. As distrações nos fazem duvidar da presença de Deus na sua Igreja, suscita no nosso coração um ar de revolta, uma frustração. O olhar de Pedro se desvirtuou do essencial e ele começou a afundar. Não vale a pena perder tempo com as distrações, olhos fixos em Jesus, caminhemos na fé sobre as águas deste mundo.

Pe. Carlito Bernardes Oliveira Júnior

Paróquia Santa Terezinha - Anápolis
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