Diocese de Anápolis

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“A alegria que se traduz em gestos concretos” Reflexão do 3º Domingo do Advento

O terceiro domingo do Advento é conhecido como o Domingo da Alegria, ou Gaudete, palavra latina que significa “Alegrai-vos”. A antífona de entrada da Missa traz esse convite luminoso: “Alegrai-vos sempre no Senhor! De novo vos digo: alegrai-vos! O Senhor está perto” (Fl 4,4-5).

Mas o que significa essa alegria, em meio a um tempo marcado pela espera e pela conversão? É uma alegria superficial ou uma alegria que brota do coração de quem crê?

A liturgia deste domingo nos responde: é uma alegria que nasce da presença de Deus. O profeta Isaías anuncia: “Exulto de alegria no Senhor, a minha alma rejubila-se em meu Deus” (Is 61,10). Essa exultação não vem da ausência de dificuldades, mas da certeza de que o Senhor está próximo e realiza suas promessas. Portanto, a presença do Senhor é fonte de alegria verdadeira — uma alegria que não depende das circunstâncias, mas da fé.

Por isso, São Paulo exorta os cristãos: “Sede alegres, orai sem cessar, dai graças em todas as circunstâncias” (1Ts 5,16-18). O apóstolo ainda nos recorda que a alegria cristã não é uma emoção passageira, mas uma atitude interior de quem vive na esperança. A pergunta que nasce é: tenho deixado que a presença de Deus gere em mim essa alegria? Ou permito que as preocupações da vida apaguem a luz do Advento em meu coração? É preciso responder essas perguntas e refletir nelas!

A partir do Evangelho, que nos apresenta a figura de João Batista, que prepara os caminhos do Senhor, podemos e devemos, como as multidões, procurá-lo e perguntar-lhe: “Que devemos fazer?” (Lc 3,10). João responde com gestos concretos de justiça e caridade: repartir o pão, agir com honestidade, não explorar o outro. A alegria do Advento, portanto, não se expressa apenas em palavras ou sentimentos, mas em atitudes de conversão e amor ao próximo.

E aqui surge outra pergunta para nós: de que maneira posso expressar, nesta semana, a alegria de saber que o Senhor está chegando? Talvez através de um perdão concedido, de uma visita a quem está só, de um gesto generoso a quem precisa.

O terceiro domingo do Advento também se distingue pelo uso do paramento cor-de-rosa — sinal litúrgico da alegria que desponta no meio do roxo penitencial. É como se a Igreja, mãe sábia, nos dissesse: “Coragem, a chegada do Senhor está próxima. Alegrai-vos, porque Ele vem!”.

Celebrar este domingo é, portanto, acolher a alegria de Deus que se faz carne e vem habitar entre nós. É reconhecer que, mesmo em meio às dores e esperas, o Senhor está no meio do seu povo, e isso muda tudo!

Que Maria, mulher do Advento e causa de nossa alegria, nos ensine a esperar com fé e a viver com o coração aberto ao Deus que vem. Vem, Emanuel!

Pe. Célio Rodrigues de Souza
Paróquia Santo Antônio – Olhos D’Água
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