Diocese de Anápolis

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Padre Soares fala da Quaresma e Campanha da Fraternidade 2019

 

Dizemos que a Quaresma é um tempo propício para os cristãos deixarem uma certa alienação e aprofundar a beleza da vida em Cristo. O Papa Francisco fala, nesse sentido, de uma espécie de alienação existencial.

Quaresma é tempo de “curtir” a preciosidade da espiritualidade cristã e viver a “liberdade dos filhos de Deus”. Deixar-se embalar pelo crucificado para ressuscitar com Ele.

Na quaresma, somos chamados a viver mais intensamente as obras de misericórdia. Elas nos fazem superar uma vida alienada; elas nos impulsionam a fazer algo concreto pelo irmão – tanto as corporais como as obras de misericórdia espirituais formam o nosso itinerário quaresmal. O “outro” não é abstrato – é concreto e está ao meu lado. Fome, sede, nudez, aprisionamento são realidades nossas.

Já faz tempo que a Igreja no Brasil aproveita o clima quaresmal e propõe temas da vida cotidiana, seja da vida como Igreja (mais internamente como as primeiras edições na década de 1960), seja como Igreja em relação à sociedade. É bom dizer que muitos temas, ao longo de quase 6 décadas, inspiraram boas iniciativas na sociedade brasileira em muitas áreas da vida do povo: Desde a vida dos menores, moradia, saúde, combate à violência e outros.

Este ano, o tema é Fraternidade e políticas públicas.

O texto-base (fundamentação teórica da C.F) estabeleceu uma diferença entre política no seu sentido primeiro e políticas públicas. Política – diz – é o cuidado da cidade. Na cidade moram os cidadãos. Sendo assim, política deve cuidar de todas as pessoas. No dizer dos bispos, política, é a nobre forma de exercer a caridade. Políticas públicas é, portanto, um conjunto de ações em favor da sociedade como um todo. Ações de Estado (quando ações permanentes) e ações de governo (quando ligadas a um gestor ou executor).

Como discípulos de Jesus Cristo, deveríamos conceber as políticas públicas como ações de misericórdia. Participar de discussões e execuções das políticas públicas é ajudar na construção da fraternidade e promover a dignidade dos irmãos.

Finalmente, o tema da C.F deste ano pretende reavivar o binômio Fé e vida. O cristão católico precisa saber do seu papel na sociedade. Saber ainda que a sua fé deve extrapolar os portais da igreja. Vivamos, pois, esse espírito nesse tempo favorável.

  
Padre Francisco Soares
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