A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) está preparando uma cartilha com orientações referentes às eleições 2018. Segundo o secretário-geral da entidade, Dom Leonardo Steiner, a proposta é contribuir para a formação política das pessoas e motivá-las a participar do processo político.
O material foi abordado durante a reunião do Conselho Permanente (Consep) da CNBB na tarde desta terça-feira, 20. Os bispos que participam do encontro deram contribuições ao subsídio, que tem como exemplo a cartilha já confeccionada pelo regional Sul 2 da CNBB, que atualmente tem uma tiragem de cerca de 300 mil exemplares.
De acordo com o secretário-executivo do regional, padre Mário Spaki, o subsídio do regional é elaborado numa linguagem simples, bem diagramado e conta com indicações básicas sobre o universo da política a partir do olhar da Igreja. O padre foi convidado a apresentar a cartilha aos bispos.
A cartilha apresentada buscará, na parte 1, no âmbito das preocupações, abordar a crise ética pela qual passa o sistema político brasileiro, corrupção, ameaças à democracia e os sinais de esperança. Na parte 2, a Igreja e as Eleições, serão abordados a contribuição da Igreja Católica na aprovação da Lei da Ficha Limpa (nº 135/2010) e o incentivo da participação dos cristãos leigas/as na vida pública e ainda a Lei 9.840/1999 contra a corrupção eleitoral.
Na parte 3 do material, o regional Sul 2 trabalhará as Eleições 2018 e as alterações na lei eleitoral, bem como a definição da boa política e as principais funções de quem será eleito. Um outro aspecto a ser abordado neste material são as “Fake news”, falsas notícias, disseminadas no processo eleitoral.
Avaliação dos bispos
O bispo de Penedo (RJ), Dom Valério Breda, disse que o subsídio deveria colocar não só a política em evidência, mas a vida, a família e ter um olhar mais atento aos pobres. O bispo de Camaçari (BA), Dom João Carlos Petrini, deu a ideia de o material conter relações com a Campanha da Fraternidade 2018, que tem como tema “Fraternidade e Superação da Violência” e busca promover, entre outros aspectos, a paz.
O arcebispo de Diamantina (MG) e presidente da Comissão para a Comunicação, Dom Darci Nicioli, atentou para o fato de que todos estão dando visibilidade às eleições do executivo e esquecendo do legislativo que, segundo ele, é fundamental. Já o bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG), Dom Joaquim Mol, disse que é preciso que o material revalorize o papel da política. “Esse subsídio tem que ajudar as pessoas a reaver a esperança na política”, disse.
Após as contribuições feitas pelos bispos, o próximo passo é partir para a elaboração do texto, que deverá ficar pronto após a 56ª Assembleia Geral da CNBB, a ser realizada em abril. Além desse tema, os bispos discutiram, ao longo do dia, o cronograma da Assembleia, a realização do Ano Vocacional e a promoção de um debate com os presidenciáveis.
O Consep é formado pela presidência da CNBB, presidentes das Comissões Episcopais Pastorais e presidentes dos regionais.
Fonte / foto: CNBB