É costume antigo dedicar o quarto domingo deste tempo que nos prepara para o Natal à Virgem Maria, convidando-nos a esperar os últimos instantes para aquela Noite Santa ao lado de quem melhor viveu esse tempo de preparação.
Além de São João Batista, Nossa Senhora se apresentou como uma das pessoas que mais nos ajudou a viver esse Advento. Se o Precursor nos inquietava a consciência com fortes gritos para endireitarmos nossas vidas para a chegada do Messias, Nossa querida Mãe nos ajudava, com seu grande e amoroso silêncio, a prepararmos o presépio do nosso coração para a vinda do seu Filho.
No evangelho de hoje, vemos algo surpreendente: João Batista pulou de alegria no ventre de Isabel, ou seja, recebeu uma graça especial com a qual já foi santificado antes do nascimento. Isso aconteceu não quando Jesus chegou junto com Maria, mas quando ela abriu a boca e saudou Isabel. Nosso Senhor já estava lá, mas foi só quando Isabel ouviu a saudação da Virgem que o menino exultou em seu seio e ela ficou cheia do Espírito Santo.
Deus quis usar de Nossa Senhora para transmitir a sua graça e quer usar de nós também. Será que Deus tem podido se utilizar daquilo que temos feito e daquilo que tem saído da nossa boca para chegar até o coração de quem nos ouve? Através do nosso exemplo e testemunho, o Cristo quer nascer de novo em muitas vidas que já perderam o sentido. Que o exemplo de
Maria seja nosso grande modelo e, com ela, recolhamo-nos nesses dias de oração e espera. Afinal, não existe melhor maneira de aguardar a vinda do Filho que estar na constante e amorosa companhia da Mãe.
Pe. João Paulo Cardoso
Seminário Maior Diocesano