Diocese de Anápolis

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3º Domingo do Advento: “Uma alegria única”

Várias vezes e em muitas ocasiões escutamos ou lemos algo sobre a ale­gria que Deus nos dá, que a fonte da verdadeira alegria está em Cristo, da alegria de viver a fé católica, a felici­dade de ser de Deus… Mas, que tipo de felicidade é essa? Falamos tanto de felicidade na Igreja Católica, mas pou­cas vezes explicamos que tipo de felicidade que se trata.

Essa felicidade não é simplesmen­te uma ausência de problemas. Temos uma enorme capacidade para os problemas e se não temos inventamos; os problemas sempre vão nos acompa­nhar. A felicidade que a Igreja nos pro­põe não é uma ausência de sofrimen­tos, os sofrimentos fazem parte da nossa vida, se esperamos o dia de não termos sofrimentos para sermos felizes, raras vezes seremos felizes. A felicidade proposta não é uma conse­quência de uma piada, cheia de gar­galhadas que rapidamente são aba­fadas. Tampouco a felicidade que se fala na Igreja é resultado de uma festa ou da embriaguez, fútil e superficial, que se esvanece e desaparece com o volume da música. Que felicidade é es­sa então de que tanto se fala, mas pou­cas vezes se explica?

É verdade que costumamos iden­tificar aalegria ou felicidade por experi­ências pessoais e cotidianas e transfe­rimos o conceito de felicidade à expe­riências de um sentimentalismo em si­tuações específicas do dia a dia. E de maneira automática, quando se fala de felicidade identificamos como uma au­sência de problemas ou sofrimentos, estar sempre rindo ou estar numa fes­ta. Mas, a felicidade proposta pela Igre­ja vai além de um sentimentalismo ba­rato ou um sorriso passageiro e efé­mero, provém da paz de consciência diante de Deus e diante dos homens, é a serenidade que brota de uma cons­ciência limpa, a tranquilidade de estar bem com Deus e com os homens, uma consequência da prática do amor a Deus e ao próximo. A felicidade apre­sentada na Igreja é fruto da presença divina que mesmo diante dos proble­mas e sofrimentos nos dá a certeza de nos torna capazes de enxergar mais além, e mesmo nas depressões, desi­lusões e frustrações nos consola, ani­ma e fortalece. Uma felicidade que não se fundamenta na ausência de proble­mas e sofrimentos, que não se baseia nos sentimentalismos passageiros das gargalhadas, mas se solidifica na consciência justificada e se perpetua na presença divina. Essa é a felicidade proposta pela Igreja.

A pergunta é pertinente e atual: “que temos que fazer?” (Evangelho, Lc 3). A resposta tão clara como a luz: buscar o Senhor, estar perto do Senhor (cf. 2ª leitura), limpar nossa consciên­cia diante de Deus por meio de uma boa confissão, pedir perdão aos nossos ir­mãos, compartilhar do pouco que te­mos com o próximo. A reconciliação é a melhor forma de se preparar para o Natal, superando a vergonha do confessionário e vencendo o medo depedir perdão, perdoar e ser perdoado. Assim, viveremos esse Advento segundo o que queremos celebrar no Natal: em paz, na presença de Deus e dos nossos entes queridos. Assim, encontraremos a felicidade que tanto buscamos e dizer como São Paulo: “alegrai-vos no Senhor, repito, alegrai-vos” (cf.Flp 4).

Pe. Carlito Bernardes
Paróquia Divino Pai Eterno

 

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