“Se a Igreja não for missionária, ela deixará de ser Igreja”. O envio missionário de Jesus é para todos os batizados, então todos nós não somos convidados, somos convocados a ir pelo mundo inteiro e levar a Boa-nova a todos. Resta saber, então, qual é o nosso mundo inteiro.
Não é porque todos somos enviados em missão, todos somos missionários, que todos possuem a vocação específica de sair de suas casas, sair de seus países e empreender a seara da missão, não é bem assim, o ser missionário “ad gentes”, saindo da nossa pátria ou indo para outros estados é uma vocação especifica dentro a Igreja, assim como a vocação matrimonial, sacerdotal e religiosa, e nem todos têm esta vocação específica.
O que estou querendo evidenciar é todos são chamados à missão, mas é preciso saber qual é o nosso mundo inteiro. Nosso mundo inteiro é a nossa família, nossa comunidade paroquial, nossa pastoral e movimento, nosso ambiente de trabalho, nossos amigos, a sociedade em que vivemos, as pessoas que encontramos na nossa caminhada, é para estas pessoas e estes ambientes que somos enviados, aí está a nossa missão.
Além disso, quando Jesus envia seus discípulos, Ele pede para não se apegarem as coisas deste mundo, não levarem coisas demais, irem quase apenas com a roupa do corpo, como dizem. Este despojamento deseja recordar que um discípulo de Jesus não pode estar apegado às coisas deste mundo, ele precisa estar livre de todas as amarras mundanas para que tenha um coração voltado apenas para o Senhor. Assim, mesmo os pais de família, aqueles que não são consagrados por uma vocação especifica precisam se perguntar se as coisas que têm não estão o atrapalhando a ser um verdadeiro discípulo de Jesus. Não podemos achar que a prosperidade financeira é, por si só, sinal de bênção como os nossos irmãos protestantes que pregam uma “teologia da prosperidade”, colocando o foco, quase exclusivamente, nas coisas deste mundo. Se assim fosse Jesus não teria nascido pobre, vivido pobre e morrido pobre.
A verdadeira alegria de quem segue a Jesus não está nas coisas deste mundo e muitos menos no acumular as coisas deste mundo, mas está sim em acumular um tesouro no céu, está em cada vez mais nos desprendendo das coisas do mundo para nos apegar cada vez nas coisas do alto, com esta sabedoria alcançaremos aquilo que o ser humano tanto almeja, a verdadeira felicidade a sua plena realização. Parece que nossa vida vai acontecendo e nunca estamos satisfeitos, queremos sempre mais e mais, o motivo disto é que as coisas deste mundo nunca irão nos satisfazer, buscamos felicidade e plenitude nestas realidades que insuficientes. Jesus é o nosso tudo, Ele é o nosso suficiente. É a nossa missão que nos mostra que enviados por Ele, só alcançaremos a plenitude se o encontrarmos novamente em nossos trabalhos, em nossa vida cristã.
Pe. Fábio Carlos de Araújo Paróquia Imaculado Coração de Maria - Nerópolis