Quem é Jesus? Poderíamos responder com as palavras do Evangelho de hoje: “Este homem não é o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, de Joset, de Judas e de Simão? Suas irmãs não moram aqui conosco?” (Mc 6,3).
Jesus é realmente verdadeiro homem, isto faz parte da fé da Igreja, de sua doutrina. Mas não é apenas homem. Se pararmos só aí, na humanidade de Jesus, vamos ficar escandalizados com Ele, assim como ficaram aqueles que o conheceram desde criança. Cairemos na heresia do arianismo que negava a divindade de Cristo, heresia esta que já fora a muito tempo combatida por muitos sábios da Igreja primitiva, especialmente pelo grande Santo Atanásio. Se dissermos que Jesus é apenas homem, permaneceremos com o coração fechado como os do seu tempo e não enxergaremos sua divindade.
A nossa fé não pode ser manca, coxa. Jesus é verdadeiro homem e verdadeiro Deus. Devemos enxergar além de sua humanidade, mas para isso é preciso reconhecê-lo verdadeiramente e não apenas superficialmente e por aparências.
Os homens e mulheres de Nazaré enxergavam Jesus apenas superficialmente, pois estavam com o coração fechado, ignoravam que Ele não tinha nascido ali em Nazaré, pois o Messias nasceria em Belém, cidade de Davi, e Jesus realmente tinha nascido em Belém, cumprindo assim as profecias, mas o povo do seu tempo não quis conhecê-lo profundamente. Assim também nós, muitas vezes, ficamos com um conhecimento bem superficial de Jesus, conhecimento que não diz quase nada de quem é Ele. Não procuramos ficar íntimos dele pela oração, pela meditação e reflexão de sua Palavra, pela adoração e contemplação, pela Eucaristia, deixamos muitas vezes que aquilo que o mundo fala de Jesus se torne absoluto: um homem qualquer, uma pessoa qualquer. Não buscamos ter uma verdadeira experiência de Jesus.
Para aqueles que têm uma experiência com Jesus, sabem que Ele não é um homem qualquer, sabem que Ele é Deus, que tudo pode, que tudo realiza, que transforma e muda a vida daqueles que dele se aproximam. Estes não rejeitam Jesus e nem seus ensinamentos e por isso, apesar das lutas e dificuldades da vida, das cruzes pesadas que carregam, nunca desanimam, são sempre felizes, pois conhecem Jesus, sabem quem Ele é e o seguem de todo o coração.
O convite da liturgia de hoje é que não rejeitemos Jesus como fizeram seus conhecidos de Nazaré, mas que o conheçamos profundamente através de uma verdadeira experiência com Ele e vamos perceber o quanto Ele transformará nossas vidas com sua presença.
Pe. Fábio Carlos de Araújo Paróquia Imaculado Coração de Maria - Nerópolis