Diocese de Anápolis

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Tempo dos Santos – 2014

06/04/2014

Nas épocas difíceis da história da Igreja multiplicaram-se testemunhas de Cristo. Foram muitos mártires nos primeiros tempos da fé, durante as duras perseguições romanas. Foram muitos mártires nos tempos da cruenta Revolução Francesa. São muitos mártires nos nossos tempos… O Papa Francisco, numa das suas catequeses, na Praça de São Pedro, em Roma, dizia que ainda hoje “os cristãos são perseguidos,” ao que haja “mais mártires agora do que nos tempos passados”. Assim, o Papa Francisco se referiu às condições de cristãos que vivem nas regiões de conflito na Ásia, na África, no Oriente Médio, onde experimentam uma perseguição cruel. O Papa mencionou ainda  os tempos de “quietude”, sem grandes guerras declaradas, que são os nossos, onde pensar à maneira do Evangelho custa tanta rejeição.

Mas não só o martírio é o caminho de testemunhar Jesus Cristo diante da humanidade. Um testemunho constante de cada dia, de tantas maneiras, é que faz uma pessoa brilhar diante dos homens e manifestar a glória de Deus.

Os nossos tempos foram definidos pelo Papa João Paulo II como “tempos difíceis”. E o são de verdade. Mas, é nos tempos difíceis que se evidencia a autenticidade da fé e da fidelidade a Jesus Cristo e ao seu Evangelho. Por isso, os nossos tempos são tão fecundos em santos, que a Igreja, em número abundante, inscreve no livros os nomes dos que quer venerar com a honra dos altares.

Na lista dos santos dos últimos tempos são inscritos leigos, religiosas e religiosos, sacerdotes, bispos e papas. Grande abundância.

É dos santos papas dos nossos tempo que queremos falar, especialmente do Papa João XIII e João Paulo II. No Domingo da Misericórdia, segundo domingo da Páscoa, 27 de abril deste ano, eles serão solenemente proclamados pelo Papa Francisco, em Roma, santos da Igreja.

É significativo que a Igreja quis fazer este ato numa única celebração. os dois estão unidos pelo laço do único amor por Jesus e pela Igreja, uma Igreja desejosa de constante renovação para o aprofundamento da fidelidade ao Evangelho e à Missão dada por Jesus. Um, João XIII, convocou e abriu o Concílio Vaticano II. O outro, João Paulo II, foi quem compreendeu bem o espírito do Concílio Vaticano II e conduziu a Igreja à sua luz. O Papa Bento XVIII sintetizou o seu pontificado no primeiro pronunciamento como papa: “Com o Grande Jubileu (a Igreja) foi introduzida no novo milênio levando nas mãos o Evangelho, aplicado ao mundo atual através da autorizada, repetida leitura do Concílio Vaticano II. Justamente o Papa João Paulo II indicou o Concílio como “bússola” com a qual orientar-se no vasto oceano do terceiro milênio (cf. Carta apost. Novo millennio ineunte, 57-58). Também no seu Testamento espiritual ele anotava: “Estou convencido que ainda será concedido às novas gerações haurir das riquezas que este Concílio do século XX nos concedeu (17.III.2000)”.

Tudo o que se pode dizer a respeito desses dois homens de Deus brota desta visão da Igreja.

No Domingo da Misericórdia, festa instituída por João Paulo II, teremos oportunidade de louvar a Deus pelo testemunho destes dois novos santos papas que marcaram a história recente da Igreja. O eco dos seus gestos e das suas palavras ressoará por muito tempo.

 

Sirva esta canonização para o maior louvor à bondade de Deus e para nosso crescimento espiritual. O “espetáculo” externo não desvie a nossa atenção do valor sobrenatural do evento.

+ João Wilk, OFMConv.
Bispo de Anápolis

 

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