O Ano Novo da Igreja começa no Advento, cujo início acontece no finalzinho do mês de novembro. Advenire, em latim, significa “vir ao encontro”; advento significa que Jesus vem ao nosso encontro. Desde o século IV temos constância de um tempo de preparação penitencial para a festa do Natal do Senhor. Esse tempo de preparação ou Advento nasceu na Espanha e na França. No ano 380, segundo o Concílio de Saragoça, os fiéis deviam participar diariamente da santa missa desde o dia 17 de dezembro ao dia 06 de janeiro em preparação e ação de graças pelo Natal do Senhor. Na França, Perpétuo de Tours (+490) nos informa que o Advento começava no dia 11 de novembro, dia de S. Martinho; também aparece como tempo de penitência em preparação ao Natal. Na liturgia romana, o Advento só aparecerá no século VI como um tempo de seis semanas e que será reduzido, pelo Papa S. Gregório Magno, a quatro, como atualmente.
O tempo do Advento organiza-se de tal maneira que até o dia 16 de dezembro nos preparamos para a Parusia, isto é, para a segunda vinda do Senhor. A partir do dia 17, começa a preparação mais imediata para o Natal do Senhor. Como se pôde observar, uma das características do Advento é a espera e, portanto, ele está marcado pela esperança, virtude teologal infundida por Deus na vontade pela qual confiamos com plena certeza alcançar a vida eterna e os meios necessários para chegar a ela apoiados no auxílio onipotente de Deus. A confiança que a esperança nos concede nos ajudará a fazer juízos segundo Deus, isto é, segundo a realidade, pois o seu ato próprio é certo movimento ou apetite racional rumo ao bem. Estar ordenado ao Sumo Bem que é Deus nos ajudará a passar por entre todas as coisas desse mundo com um conhecimento que provém não só da inteligência, mas também como fruto de uma vontade bem orientada. O Tempo do Advento pode ser uma grande possibilidade para crescermos nessa virtude tão importante para a nossa caminhada. E enquanto o Senhor não vem pela segunda vez, peçamos uma vinda que é a intermédia entre a que aconteceu em Belém e a que acontecerá na consumação desses tempos, que são os últimos: refiro-me àquela visita constante que Jesus faz às nossas almas, máxime na santa comunhão. Vinde, Senhor Jesus!
Pe. Dr. Françoá Costa