Diocese de Anápolis

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Solenidade de Cristo Rei do Universo – “O humilde olhar da fé”

 

Celebrando a Solenidade de Cristo Rei do Universo, encerramos o ano litúrgico. Depois de termos celebrado todos os mistérios da vida de Jesus, a liturgia no-Lo apresenta como Cristo glorioso, Rei do toda a criação e Senhor das nossas almas. Que alegria e confiança por sabermos e acreditarmos, como cristãos, que em meio a um mundo que parece estar do avesso, com tantas coisas ruins acontecendo, tudo governa a Divina Providência, de tudo o que existe Jesus Cristo é Rei e Senhor! 

Isso constatamos pela nossa própria experiência. Quantas vezes nos sobrevieram, como uma enxurrada, tantos sofrimentos na vida que pensamos não iríamos aguentar; até, talvez, tenhamos cogitado desistir da própria vida sem compreender o que estava acontecendo. Então, depois das coisas se acalmarem um pouco, olhando para trás, começamos a perceber a mão amorosa de Deus agindo em cada momento daquilo que pensávamos ser pura desgraça. Isso que fizemos foi um “olhar de fé” sobre a nossa história. Que virtude tão importante nos nossos dias! Quando olhamos assim para cada passo do nosso dia, não só quando já passou, mas até mesmo antes de acontecer, estamos deixando Jesus Cristo ser nosso Rei e Senhor.

Esse olhar de fé faltou à maioria dos que estavam presentes na Crucifixão de Jesus no evangelho de hoje: “Salva-te a ti mesmo!” gritavam chefes dos judeus, soldados romanos e o mau ladrão. Humanamente falando, parecia não haver razões para crer: aquele galileu que tantos milagres fez e que tão bem pregou ao povo estava padecendo a morte de um criminoso, seus discípulos tinham fugido e, dali a pouco, seu corpo seria sepultado sem vida junto com sua mensagem. Mas alguém ali foi além das aparências e, movido pela fé, disse: “Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reinado!”

Para dar esse passo na fé, São Dimas, o bom ladrão, teve de reconhecer o seu pecado: “Para nós, é justo, porque estamos recebendo o que merecemos”. Ele não tentou justificar a sua falta, mas com humildade a reconheceu. Eis aí as duas virtudes que, hoje, podemos colher dessa liturgia: fé e humildade. Humildemente reconhecendo o nosso pecado e, com fé, acreditando que Deus conduz tudo com amor e que, quanto mais permitimos, mais ele age em nossa vida, esperamos ouvir o mesmo que ouviu aquele pecador penitente: “Ainda hoje estarás comigo no paraíso!”

Pe. João Paulo Cardoso
Seminário Maior Diocesano

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