O evangelho de hoje coloca-nos numa festa de casamento, as bodas de Cana, onde Jesus faz seu primeiro milagre, a pedido de Nossa Senhora, para que não faltasse vinho. Assim como aos pés da Cruz, Nosso Senhor chama sua Mãe de “mulher”. Longe de parecer um gesto de desprezo, como alguns irmãozinhos nossos interpretam, essa expressão, nesse momento, feita por Jesus, tem um sentido espiritual profundíssimo.
Na cultura judaica, aquela em meio a qual Jesus viveu, só se chamava de mulher a própria esposa. Sendo assim, ao chamar sua Mãe de mulher, Jesus, sendo Deus, convida novamente a criatura à união com Ele, união essa perdida com o pecado original no início da criação. Em Maria, Deus se casa de novo com a humanidade. Foi, em Maria, que Deus viu uma nova chance de comunhão conosco, uma chance de a humanidade ser fiel. Nossa Senhora foi o melhor que nós conseguimos oferecer a Deus, da nossa parte, para essa comunhão esponsal de amor entre o Criador e a criatura.
Sejamos verdadeiros devotos da nossa querida Mãe. Ser devoto significa procurar imitar o exemplo, não apenas invocar nas necessidades. E para aqueles que tiverem medo de serem “exagerados” em sua devoção à Santíssima Virgem, lembrem-se de que o primeiro e maior devoto dela foi o seu próprio Filho, que cresceu e aprendeu vendo sua Mãe todos os dias na humilde vida em Nazaré. Foi Jesus quem teve o amor mais perfeito a Nossa Senhora. Será que é possível alguém amar mais a Maria que o próprio Jesus, seu Filho e Nosso Senhor? Sendo assim, nem se quiséssemos poderíamos exagerar na devoção à Mãe de Deus.
Sejamos, portanto, livres e agradecidos a Deus por nos ter dado tão Bela Senhora como Advogada, Mãe e exemplo. A mais humilde e mais santa de todas as criaturas só tem um desejo para nós no seu Imaculado Coração: “Fazei o que Ele vos disser!”
Pe. João Paulo Cardoso – Seminário Maior Diocesano