Diocese de Anápolis

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Os padecimentos de Jesus

Cristo ofereceu-se ao Pai em sua Paixão e Morte obedecendo ao “projeto de Deus” (Cat. 599). A Paixão e morte de Jesus foi iniciativa do Pai, mas, ao mesmo tempo, foi algo desejado e aceitado pelo mesmo Jesus. “Pois Deus amou tanto o mundo, que entregou o seu Filho único, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha vida eterna” (Jo 3,16). Cristo obedece livremente ao Pai à hora de aceitar a Cruz. O mandato do Pai para que o Filho padeça e morra é uma prova do seu amor que quer que o Bom Pastor se entregue por suas ovelhas (cf. Jo 10,10-18).

Dizemos que Cristo aceita esse mandato do Pai livre e obedientemente, porque a liberdade e a obediência de Cristo são imprescindíveis para a obra da Redenção. De fato, o sacrifício interior é mais precioso que o exterior, o que nos salva é a obediência e o amor de Cristo – sacrifício interior – ao Pai, Ele se oferece ao Pai pela salvação de todos. Não podemos subestimar o sacrifício exterior, que foi verdadeiramente atroz, mas a essência do sacrifício de Cristo encontra-se em seu sacrifício interior.
 
Uma expressão desse sacrifício interior foi o abandono que Cristo experimentou no alto da Cruz: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” (Mt 27,46). Este abandono é verdadeiro, mas, ao mesmo tempo não significa que Cristo foi reprovado pelo Pai, pois o Pai sempre está com Ele (cf. Jo 16,32). Diz sabiamente um teólogo que Jesus é abandonado pelo Pai, mas não o é de maneira absoluta: no mais profundo do seu espírito, Jesus sabe que tem a clara visão de Deus e a certeza da sua união com o Pai. E, contudo, não se pode diminuir a importância das palavras de Cristo que falam do deserto que a sua alma experimentou no que diz respeito às impressões, repercussões das dores e emoções. A Paixão e a Morte do Senhor mostram o amor de Deus numa intensidade que o homem não seria capaz de pensar se Deus não o tivesse demonstrado.
 
Pe. Françoá Costa
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