Diocese de Anápolis

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O núcleo da Liturgia: a morte do Senhor!

A liturgia é o “culto público da Igreja”. O Concílio Vaticano II afirma que nela, na liturgia, “se atua a obra da nossa redenção” e que ela “contribui sumamente para que os fiéis exprimam em suas vidas e manifestem aos outros o mistério de Cristo e a genuína natureza da verdadeira Igreja” (Const. Sacrossanctum Concilium, n. 2). Algo semelhante encontraremos no Catecismo da Igreja Católica ao tratar os sacramentos no prisma da assim chamada “Economia Sacramental”, que “consiste na comunicação (ou dispensação) dos frutos do Mistério Pascal de Cristo na celebração da liturgia “sacramental” da Igreja” (Cat. 1076). Os frutos do Mistério Pascal são-nos comunicados quando o mesmo Mistério Pascal faz-se presente nos Sacramentos. Nestes há uma verdadeira atualização dos Mistérios de Cristo no “hoje” da nossa história, de tal maneira que a eternidade irrompe no tempo e o tempo entra na eternidade, por assim dizer. O “sursum corda – corações ao alto” que o sacerdote diz na celebração eucarística é um verdadeiro convite para ir ao céu por alguns instantes.

Na Sexta-feira Santa, a Igreja faz memória da Paixão e da Morte salvadoras do seu Senhor. Pressuposto o final feliz (Ressurreição) da história da Paixão de Cristo, pode-se afirmar que aquela sexta-feira foi o núcleo da liturgia cristã. São Paulo recordá-lo-á anos depois ao escrever aos Coríntios: “todas as vezes que comeis desse pão e bebeis desse cálice lembrais a morte do Senhor, até que venha” (1 Cor 11,26). Trata-se de um dado da Tradição que o Apóstolo Paulo recebeu e transmitiu (cf. 1 Cor 11,23).

Santo Tomás de Aquino dizia que “a paixão de Cristo é suficiente para informar toda a nossa vida. Quem quiser viver perfeitamente, basta que despreze aquilo que Cristo na Cruz desprezou e deseje aquilo que Ele na Cruz desejou”. Nós participamos do culto da Igreja (Liturgia) para vivermos da Paixão do nosso Deus esperando que se manifeste em nossos membros mortais sua Ressurreição gloriosa. Diremos como o apóstolo Paulo: “julguei não dever saber coisa alguma entre vós, senão Jesus Cristo, e Jesus Cristo crucificado” (1 Cor 2,2). Infelizmente muitos cristãos parecem não querer saber nada da Cruz do Senhor, até se envergonham dela. Os que confessam o nome de Jesus também deveriam mostrar aos outros qual é o verdadeiro sentido da dor, do sofrimento e da morte à luz da cruz de Cristo e à luz da sua ressurreição gloriosa. Participando da Sagrada Liturgia, vamos descobrir o sentido divino de nossas vidas!

Pe. Dr. Françoá Costa

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