Caríssimos Irmãos e Irmãs,
Estamos caminhando com Jesus rumo “a Jerusalém”. Esta expressão de Jesus, usada tantas vezes para indicar a meta da sua peregrinação ou de pregação messiânica na cidade santa, no fim do seu ministério de pregador-messias adquire um significado novo. Será a sua última ida a Jerusalém. Jesus está consciente que, desta vez, “ir a Jerusalém” significa ir ao encontro da paixão, morte redentora e da gloriosa ressurreição. Foi exatamente para isso que Ele, Filho de Deus, se fez homem, para obedecer ao Pai e salvar a humanidade. A Páscoa judaica daquele ano ia ser a primeira Páscoa da Nova Aliança, início de uma nova vida dada à humanidade.
A Páscoa judaica era a mais importante festa do ano. Comemorava-se a libertação da escravidão do Egito e uma longa caminhada de purificação rumo à Terra Prometida.
A Páscoa de Jesus é a Páscoa dos cristãos – seus seguidores e discípulos. É a “nova Páscoa”. E também é a mais importante festa do ano para os cristãos.
O tempo da Quaresma, agora já no fim do seu percurso, de diversas maneiras preparou-nos para uma consciente e digna celebração da Páscoa de Jesus e nossa Páscoa. Fizemos jejum, fizemos procissões de penitência, praticamos esmola e solidariedade, refletimos o tema da Campanha da Fraternidade sobre a nossa responsabilidade na defesa da vida na terra, fizemos a nossa sincera confissão dos pecados… Estamos prontos para participar no mistério de Cristo, que tanto nos amou ao ponto de dar a vida por nós. Estamos mesmo prontos? Entendemos bem esta doação de Cristo para o nosso bem?
No Domingo de Ramos a Igreja abre uma série de celebração da Semana Santa. Se chama assim, porque celebramos nesses dias o Santo por excelência – o Cristo Redentor.
É muito importante que cada um de nós participe ativamente dessas celebrações, especialmente do Tríduo Sacro: Quinta-feira Santa, Sexta-feira Santa, Sábado Santo, e, de modo muito especial, a própria festa da Ressurreição no Domingo da Páscoa. Só assim teremos a visão e a participação completa em tudo que Cristo fez por nós: Eucaristia e Sacerdócio dos padres, o jeito de viver servindo e praticando amor ao próximo, compadecer-se das chagas de Jesus e das chagas do nosso próximo, viver a esperança e superar todas as amarras.
Cristo Ressuscitado entrou na glória do Pai. Com Ele nós também estaremos nessa glória. Esta é a principal verdade da fé.
Mas, no dia-a-dia, viver a fé cristão significa viver a força da Ressurreição de Jesus que já produz frutos em nós. Ou seja, ressuscitar da tristeza para a alegria, da dúvida para a confiança e a certeza, da depressão para o dinamismo de viver, de medo para a coragem, de vícios para as virtudes, de ódio para o perdão, de desarmonia para a união… Viver em Cristo é isso: crer e participar da sua vitória no nosso dia-a-dia.
Deus lhe seja favorável!
Dom João Wilk
bispo de Anápolis – GO