“Santificado seja o vosso nome”. A catequese do Papa Francisco nesta quarta-feira, 27, foi dedicada à primeira das sete invocações presentes na oração do Pai Nosso. Mais de dez mil pessoas estiveram reunidas com o Santo Padre na Praça São Pedro.
Francisco explicou que essas invocações são divididas em dois grupos. “As primeiras três têm no centro o “Vosso” de Deus Pai. As outras quatro têm no centro o “nós” e as nossas necessidades humanas. Na primeira parte, Jesus nos faz entrar em seus desejos, todos dirigidos ao Pai: “Santificado seja o vosso nome. Venha a nós o vosso Reino, seja feita a vossa vontade”. Na segunda parte é Ele que entra em nós e torna-se intérprete de nossas necessidades: o pão nosso de cada dia, o perdão dos pecados, a ajuda na tentação e a libertação do mal”.
Segundo o Papa, aí está a matriz de toda oração cristã, de toda oração humana, que é sempre feita, por um lado, de contemplação de Deus, e, por outro lado, de sinceros e corajosos pedidos daquilo que o homem precisa para viver e viver bem.
“Assim, em sua simplicidade e essência, o Pai- Nosso educa quem o invoca a não multiplicar palavras vazias, porque, como Jesus mesmo disse, o ‘vosso Pai sabe do que tendes necessidade antes de pedirdes a Ele’.”
“Quando falamos com Deus, não o fazemos para revelar a Ele o que temos em nossos corações: Ele sabe muito melhor do que nós mesmos! Se Deus é um mistério para nós, nós não somos um enigma aos seus olhos. Deus é como aquelas mães que bastam um olhar para entender tudo sobre seus filhos: se estão felizes ou tristes, se são sinceros ou escondem alguma coisa”, disse o Papa.
O Santo Padre explicou, então, que o primeiro passo da oração cristã é a entrega a Deus, à sua providência. É como dizer: “Senhor, vós sabeis tudo, não precisa que eu vos conte a minha dor. Peço-vos somente que estejais aqui perto de mim: vós sois a minha esperança”.
Nesse ponto, o Papa recordou as palavras de Jesus logo após ter ensinado o “Pai Nosso”: diz para que os homens não se preocupem com as coisas. Isso pode parecer uma contradição, ressaltou Francisco: primeiro Jesus ensina a pedir o pão de cada dia, depois diz para não se preocupar com o que comer. Mas se trata de uma contradição apenas aparente.
“As perguntas do cristão manifestam a confiança no Pai; e é justamente essa confiança que nos faz pedir o que precisamos sem preocupação e agitação. É por isso que rezamos dizendo: “Santificado seja o vosso nome!”.
“A santidade de Deus é uma força em expansão, e nós o suplicamos para que quebre rapidamente as barreiras do nosso mundo. Quando Jesus começa a rezar, o primeiro a pagar as consequências é o mal que aflige o homem. Os espíritos malignos maldizem: «O que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para arruinar-nos? Sei quem tu és: o santo de Deus!”, acrescentou.
O Papa concluiu a catequese dizendo que “a oração afasta todo o medo”. O Pai nos ama, o Filho está ao nosso lado, e o Espírito trabalha em segredo para a redenção do mundo. “Não vacilemos na incerteza. Uma coisa é certa: é o mal a ter medo”.
Fonte: Canção Nova