10/12/2013
Caríssimos irmãos e irmãs da Diocese de Anápolis.
Na alegria do Senhor estamos iniciando o Triênio preparatório para o Jubileu de Ouro da nossa Diocese. Já nos preparamos para este momento de diversas maneiras. Agora é lançar-se, com fé, alegria e esperança, na realização do que nos propomos.
Celebramos este início do Triênio no tempo do Advento, celebramos com paramentos de cor rocha, símbolo de reflexão mais profunda, alegre e impaciente espera para Aquele que vem. Com certeza, a data da solene instalação da Diocese foi uma coincidência prática, sem levar em conta o tempo litúrgico. Mesmo assim, nós queremos ler esta coincidência como uma mensagem. É a mensagem de alegria e esperança. Este Triênio será um “grande Advento” para nós.
Com gratidão vamos considerar o passado, as diversas etapas e momentos que fizeram história. Com quanta fé e esperança a Igreja tomou a decisão de criar as novas dioceses, entre as quais a nossa. Com que obediência e esperança o primeiro bispo assumiu o enorme trabalho de organizar as estruturas físicas e pastorais. Com que esperança e visão do futuro foram engajando-se os padres, religiosos e religiosas, sobretudo os leigos, na obra da evangelização, motivados, então, pela grande ideia de renovação lançada pelo Concílio Vaticano II.
Lembraremos a fé e esperança do segundo bispo de Anápolis, Dom Pestana, quando iniciou com determinação, por exemplo, o Seminário Diocesano, com poucos recursos e em precárias condições.
Sabemos que não foi fácil. Houve momentos de grandes alegrias e realizações, mas também de muitas dificuldades, inquietantes e dolorosas tensões, confronto de ideias, virtudes misturadas com as fraquezas humanas. Tudo isso faz parte da nossa história; é este o caminho que se fez. As sementes de esperança brotaram ao longo dos anos e frutificaram no semblante da Diocese que temos agora.
Que tipo de Igreja somos hoje? Esta é a pergunta que queremos responder com objetividade e sinceridade. O Jubileu, no seu sentido bíblico, é tempo de graça, anunciado com alegria, com júbilo, tempo em que tudo retornava a Deus, ao seu sentido original, tempo de reconhecimento da soberania de Deus, tempo de perdão e filial abandono na bondade de Deus. Neste sentido, precisamos viver o nosso presente, aplicando a medida de equilíbrio ao nosso agir, retomar o entusiasmo dos que semeiam, fazer a “conversão pastoral”, à qual nos convida o Papa Francisco, dando maior qualidade ao que já fazemos. Tornarmo-nos mais generosos na doação, despojados de medos e de acomodação.
De um lado, somos fruto e herdeiros de um passado bonito. De outro lado, somos também semeadores. E a nossa sementeira acontece num novo contexto, numa nova etapa histórica, numa nova cultura em que circulam ideias diferentes do espírito cristão. É de se perguntar: vamos acertar? Fazemos o suficiente para que o nosso trabalho tenha efeitos duradouros?
É a esperança que nos assiste. É o nosso Advento histórico. Somos profetas de um novo tempo, de um novo mundo, onde muita coisa muda, mas o amor de Deus, de que queremos falar e testemunhar, permanece o mesmo ontem, hoje e sempre.
Alegria, irmãos e irmãs. É-nos dada a oportunidade de viver este tempo de graça. Acolhamos como dádiva de Deus este tempo de preparação e a celebração do nosso grande Jubileu de Ouro. Coragem, pois as coisas grandes só os corajosos sabem fazer. Renovemos a nossa consciência de ser Igreja, Povo de Deus peregrino, que caminha animado pelas promessas de Jesus Cristo rumo à sua segunda e definitiva vinda, desejosos e esperançosos de receber a posse plena do Reino de Deus.
Maria, Mãe da Esperança, fique conosco e caminhe ao nosso lado. Ela foi o grande Advento da humanidade. Nas suas mãos maternas colocamos os nossos propósitos.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Dom João Wilk, OFMConv.
Bispo de Anápolis – GO