Historicamente falando, a Sagrada Escritura, apresenta Abraão como o primeiro crente (cf. Gn 12-25), ele foi o homem da obediência da fé. O Catecismo da Igreja Católica afirma que “a fé é a resposta do homem a Deus que se revela a ele e se doa, trazendo ao mesmo tempo uma luz superabundante ao homem em busca do sentido último de sua vida” (Cat. 26). E Abraão respondeu fidelissimamente a Deus! O Senhor lhe mandara sair de sua terra para receber as promessas divinas quando já tinha 75 anos: “Abrão partiu como o Senhor lhe tinha dito” (Gn 12,4).
Deus espera de cada um de nós, quando dizemos aos domingos “Creio em Deus Pai todo-poderoso…”, que tenhamos a disposição de abandonarmo-nos com obediência em suas mãos na certeza de que a fé é o mais seguro e o mais certo que nós temos, já que está garantida pela autoridade do próprio Deus que não se engana nem nos engana. De fato o “em” do “Creio em Deus Pai…” quer indicar também um movimento rumo a Deus que dura toda a vida. A fé é um caminho, uma graça maravilhosa que nos prepara para a glória, para a vida eterna, pois a fé já é o começo da vida eterna em nós.
Nada mais distante da realidade quem pensasse que a fé é uma espécie de teoria que está aí para que a verifiquemos tão somente aos domingos. Não! A fé exige de cada um de nós uma resposta que envolve toda a nossa personalidade. Talvez noutros tempos se sublinhou muito o ato de fé como uma adesão intelectual à verdade que é Deus. Isso também é verdade. Hoje em dia, contudo, o Catecismo da Igreja Católica, nos dá uma luz muito interessante para compreendermos melhor a fé sobrenatural: adesão pessoal do homem a Deus. Não é simplesmente uma questão de inteligência e de compreensão das verdades da fé católica, mas trata-se de uma entrega total, isto é, do homem inteiro (e não só da sua inteligência) a Deus. É o ser humano como tal que, por graça de Deus, se entrega aos planos do Altíssimo.
Leitura recomendada: Tg 2,14-26; Catecismo da Igreja Católica 153-165.
Pe. Françoá Costa