Orientações ao Povo de Deus da Diocese de Anápolis
1. Em vista das eleições 2010, lembramos que é papel dos leigos cristãos militarem politicamente, para o bem comum. O papel dos pastores é educar e orientar as consciências dos fieis para essa tarefa. Neste sentido, solicita-se aos padres a atenção para essa tarefa e missão: orientar, a partir da Doutrina Social da Igreja, sobre a dignidade da pessoa humana, sobre os valores da vida e da família.
2. A comunidade eclesial não pode se identificar com interesses particulares, partidários ou de determinado candidato(a), mas deve oferecer e seguir os critérios de escolha e de discernimento para as pessoas de boa vontade, cristãos, cidadãos responsáveis. Naturalmente, deseja que sejam votados candidatos coerentes com a defesa dos princípios éticos e cristãos.
3. É preciso que o povo valorize o voto, pois é o voto que decide a vida pública do nosso País e do nosso Estado.
4. Alertamos sobre a questão de “compra de votos”. O voto não tem preço, tem consequências.
5. Observe-se o passado pessoal e político dos candidatos, probidade na administração, ética na campanha. Olhe-se bem a lei da “Ficha Limpa”, para a aprovação da qual nós todos contribuímos sensivelmente.
6. Religião do candidato. Jamais podemos permitir, mais ainda incentivar, algo que pareça “guerra santa” na política. Mesmo se os outros o façam. Porém, sabendo que os outros têm este critério e o objetivo de promover a religião por meio da política, avalie-se os candidatos também segundo este critério, não apenas na hora de pedirem votos, mas considerar a sua atuação na vida cotidiana como católicos.
7. Avaliem-se os candidatos segundo a sua relação com os temas da dignidade da pessoa, da defesa da vida e da família, legalização do aborto, ensino religioso nas escolas, casamento entre pessoas do mesmo sexo, adoção de pessoas pelos parceiros homo afetivos, etc. São temas fundamentais e a força profética da Igreja, hoje, se expressa nestes temas.
8. Candidatos à presidência da República. Parece que as opiniões dos padres, diáconos, religiosos(as) e leigos esclarecidos e comprometidos são claras quanto a isso. Faça-se um trabalho válido, junto às lideranças pastorais e o povo em geral, para uma escolha do PRESIDENTE que se aproxime o mais possível dos critérios da democracia segundo a Doutrina Social da Igreja e da defesa da vida e da família. É preciso pensar e instruir o povo sobre o futuro democrático do Brasil e da América Latina.
9. Ficam válidas outras orientações dadas já no passado, pelo Bispo ou pelos Bispos do Regional.
Dom João Wilk, OFMConv.
01 de setembro 2010