Diocese de Anápolis

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Pensamento do Papa Francisco

Francisco1

3. Amor aos outros por amor de Cristo.

Do amor a Cristo, brota o amor aos outros. O nosso coração deve ir ao encontro das periferias da existência, isto é, daquelas realidades que estão na periferia do nosso coração (cf. Homilia, 19/03/2013, no início do ministério petrino). Periferias da existência, na linguagem do Papa Francisco, se referem tanto ao mundo objetivamente excluído de grande parte dos bens desta terra quanto àquilo que o homem subjetivamente exclui do seu coração. Se não vamos ao encontro dos mais necessitados, nós os colocamos na periferia que nós construímos para eles em nossos corações. Dito de outra maneira, enquanto na elite do nosso coração ficam os grandes deste mundo, os pobres, os preferidos de Deus, ocupariam os últimos lugares em nosso ordo amoris (cf. Homilia, 28/03/2013, na Missa crismal). Aos jovens que crismou no dia 28 de abril, afirmou: “como seria belo se cada um de vós pudesse, ao fim do dia, dizer: Hoje na escola, em casa, no trabalho, guiado por Deus, realizei um gesto de amor por um colega meu, pelos meus pais, por um idoso. Como seria belo!” (Homilia, 28/04/2013, na crisma).Para chegar ao amor aos irmãos que Deus pede de nós, será preciso evitar o “aburguesamento”, pois ele nos fecha em nós mesmos, nos paralisa (cf. Homilia, 12/05/2013, na canonização). O Papa chegou a dizer que nós não podemos ficar contentes se tão somente discutimos questões teológicas enquanto tomamos chá. O comodismo nos leva, por exemplo, a não compreender a crise pela qual o mundo está passando. Neste sentido, Francisco contou uma parábola muito sugestiva:“Gostaria de contar-vos uma história. Já o fiz duas vezes esta semana, mas farei uma terceira convosco. É a história que narra um midrash bíblico de um rabino do século XII. Ao contar a história da construção da Torre de Babel, diz ele que, para construir a Torre de Babel, era necessário fazer os tijolos. Que significa isto? Ir, empastar o barro, trazer a palha, misturar tudo, e depois… forno. E quando o tijolo estava pronto tinha de ser carregado lá para cima, para a construção da Torre de Babel. Enfim, o tijolo era um tesouro, considerando todo o trabalho que se requeria para o fazer. Quando caía um tijolo, era uma tragédia nacional e o trabalhador culpado era punido; era tão precioso um tijolo que, se caísse, era um drama. Mas, se caía um trabalhador, não sucedia nada; era um caso completamente diverso. O mesmo sucede hoje: se os investimentos em bancos caem um pouco, é uma tragédia! Que havemos de fazer? Mas, se as pessoas morrem de fome, se não têm que comer, se não têm saúde, isso não importa! Esta é a nossa crise de hoje! E o testemunho de uma Igreja pobre para os pobres vai contra essa mentalidade” (no Discurso, 18/05/2013, na vigília de Pentecostes)No amor aos irmãos, é preciso dar-lhe o que de melhor nós temos, Cristo, a fé, uma vida eclesial. Será preciso também ajudar as pessoas a fugir do que o Papa chamou de “filosofia do provisório”, que pode ser descrita por essa tendência geral ao medo dos compromissos definitivos como se desejássemos permanecer adolescentes para sempre. A cultura geral tem medo do definitivo e opta por coisas sempre provisórias. Nós, os cristãos, devemos ser pessoas que arriscam a própria liberdade, vivendo-a, isto é, tomando decisões com grandeza. Ao ensinarmos os outros a viver a “liberdade integral” da qual se falou, é preciso que nós a vivamos (cf. Discurso, 04/05/2013, após a recitação do Rosário na Basílica de Santa Maria Maior).Quem acompanha o Papa percebe imediatamente que ele está continuamente jogando a Igreja para fora de si: “Ide. Evangelizai”. Algo da sua vocação jesuíta, do seu ardor missionário fica patente. Esse sair de si mesmo para ir ao encontro da carne de Cristo é dar ao homem de hoje bens espirituais e materiais, é ter um encontro com a pessoa enquanto tal e viver com eles a partilha do nosso tesouro: Jesus Cristo, nossa fé, nossa capacidade de amar.
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