Diocese de Anápolis

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Padre João Paulo Cardoso fala da “porta estreita” na liturgia deste domingo

 

21º Domingo do Tempo comum: “O caminho da porta estreita”  

A pergunta que os discípulos fazem, hoje, a Jesus não deixa de despertar também o nosso interesse: “Senhor, são poucos os que se salvam?”. Nosso Senhor responde a essa pergunta indicando não “quantos”, mas “como” podemos salvar-nos. Jesus não quis mudar o assunto, não faltou com a educação; simplesmente, aproveitou a ocasião para ensinar o essencial aos discípulos, levando-nos da mera curiosidade para a sabedoria.

Jesus fala sobre a “porta estreita”. Sobre esse tema, o evangelista São Mateus ainda nos traz o acréscimo da porta larga que leva à perdição. Quando colocamos o caminho do mal e do bem pareados, temos a impressão de que seguir pela porta larga parece ser sempre fácil e agradável, enquanto que seguir pela porta estreita será complicado e difícil. E realmente é assim, mas “só no começo”!

Com o tempo, esse caminho largo vai ficando cada vez mais apertado e insuportável de se trilhar; quem o segue acaba num beco sem saída. Ao contrário, quem segue o caminho da porta estreita, apesar das dificuldades do começo, vai percebendo que não caminha sozinho, que o auxílio da Graça nunca falta e que os frutos de uma vida na presença de Deus valem qualquer sacrifício. Assim é o prazer mundano que no começo encanta, mas, ao passar do tempo, vai se desgastando a ponto de só trazer flagelos para si mesmo e para os que se ama, além do tremendo peso de consciência de uma vida desregrada; ao passo que a alegria de servir a Deus pode até ser magra no início da caminhada, depois que se acabam as primeiras consolações, mas quanto mais dela se faz experiência mais intenso vai ficando o desejo de estar com o Mestre.

Assim, percebemos que, para ser salvo, não basta ser apenas um cristão de nome, batizado e que manda batizar a família que vai nascendo, que às vezes até se arrisca a defender a fé católica numa roda de amigos (e se permite falar mal dela e de seus representantes em outra), mas que está no caminho da porta estreita aquele que vive verdadeiramente a sua fé, que frequenta a casa de Deus e os sacramentos com constância, que reza, que procura amar e ajudar os que lhe estão próximos, que é honesto nos negócios, não diz mentiras, enfim, aquele que está disposto a se sacrificar durante essa vida para abraçar Aquele que não só já caminha conosco, mas nos espera, no fim da jornada, com uma eterna recompensa.

 

Pe. João Paulo Cardoso
Seminário Maior Diocesano
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